Ao que tudo indica, a fama de “mestre dos disfarces” é um baita exagero. Um dos estudos mais recentes e completos sobre as mudanças de cor dos camaleões indica que, na verdade, elas podem até servir para chamar atenção, e não para camuflar o animal. A pesquisa, feita por uma equipe da Universidade de Melbourne, na Austrália, envolveu 21 espécies, e levou em conta não só as cores que o olho humano consegue enxergar, mas também as cores que os próprios répteis são capazes de enxergar – o sistema visual deles é bem diferente do nosso, um dos mais desenvolvidos entre os vertebrados terrestres.
No estudo dos cientistas australianos, os bichos foram submetidos a duas situações: encarar um rival da mesma espécie e ficar diante de um predador. O que os pesquisadores notaram é que as mudanças de coloração mais radicais ocorrem quando os camaleões se enfrentam, e não quando se sentem ameaçados por uma serpente ou uma ave de rapina. Ao disputar espaço com outro camaleão, os exemplares usados no teste assumiram cores berrantes – aparentemente para intimidar o inimigo. A camuflagem, segundo os cientistas, seria uma função secundária e eventual.
À flor da pele
Células com pigmentos são o segredo do bicho
A mudança de cor dos camaleões é regulada por hormônios produzidos pela hipófise (uma glândula na base do cérebro) e que chegam às células da pele por meio da circulação.
As células que dão cor ao animal são chamadas de cromatóforos. Cada cromatóforo tem pigmentos de uma cor diferente – tons de verde, rosa, azul, amarelo, vermelho, marrom e preto.
Fontes: Maria Aparecida Visconti (bióloga); Mundo Estranho.