Entre as rãs da espécie Hyla versicolor, natural dos Estados Unidos, quanto mais longa for a “cantada”, maiores são as chances de um macho obter sucesso na corte à fêmea. Pesquisadores da Universidade do Missouri comprovaram que a opção feminina pelos retendentes de fôlego comprido ocorre porque isso é sinal de grande capacidade de sobrevivência. “Tendo como parceiros os ‘machos-Pavarotti’, que coaxam mais longamente, as fêmeas escolhem bons genes para seus filhotes”, disse à SUPER a bióloga Allison Welch. Allison comparou girinos gerados por machos de boa garganta com outros, nascidos de pais de fôlego curto. E verificou que os primeiros se transformaram em rãs mais rapidamente e, ainda por cima, em rãs maiores. Pior para os machos sem dons de tenor, que não podem aprimorar seus dotes líricos em aulas de canto.