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Cientistas brasileiros lançam videogame sobre física de partículas

Não é moleza montar o núcleo de um átomo de oxigênio

Por Fábio Marton
Atualizado em 7 mar 2024, 16h29 - Publicado em 13 jul 2015, 18h15

O Sprace – São Paulo Research and Analysis Center – acaba de lançar um jogo educativo sobre física subatômica. Contenha seu bocejo, caro gamer profissional – é um jogo mesmo, não uma série de perguntas e respostas.

É meio que uma mistura de Asteroids com sinuca, com uma pincelada de RPG. O jogador comanda uma micronave em nível subatômico (se você perguntar aos cientistas como isso é possível, eles vão dizer “deixa de ser chato”). É tão difícil de dirigir quanto à de Asteroids e os “asteroides” são partículas subatômicas, que tem vários tamanhos e se movem a várias velocidades.

Mas as partículas são inofensivas – ao invés de destruí-las, a missão é empurrá-las até um laboratório, para que sejam identificadas, no que entra a parte da sinuca – o canhão dispara bolinhas brancas contra elas, que reagem como as lisas e listradas no pano verde. Não é nada fácil se acostumar, mas é uma grande satisfação vê-las ganharem cor e uma letra grega mais um sinal de carga elétrica, ao mesmo tempo em que informações são liberadas na pequena enciclopédia interna do jogo.

Dica: as partículas pequenas, como os elétrons, são leves e se movem rápido demais quando recebem o “tiro” – é mais fácil levá-las até o laboratório dando totozinhos com a nave. Outra: aquele que vos escreve, formado em humanas, ficou horas perdido sem saber como começar a análise das partículas. Tive de mandar um e-mail aos cientistas, que responderam muito melhor que o suporte técnico da Electronic Arts. Para ativar o laboratório, pare a nave completamente sobre o campo de pouso, dentro do círculo, e espere que ela pouse. 

A parte RPG entra na fase 4, quando o jogador tem que montar prótons e nêutrons para criar núcleos atômicos, através de quarks obtidos de outras partículas. É preciso olhar na enciclopédia para saber quais quarks estão em cada uma e sair caçando os tipos mais adequados. 

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Pequena crítica aqui: sério, átomo de oxigênio? Montar 8 nêutrons e 8 prótons (o jogo não diz, mas o número de prótons é o número atômico, na Tabela Periódica) é mais trabalhoso que caçar 39 rabos de lagartixa para fazer uma armadura nos Skyrim da vida.

Em 2 horas, aprendi que bárions são partículas mais gorduchas que elétrons e que você precisa de uma cacetada de partículas lambda para montar átomos. A parte didática podia ser mais clara, e talvez fique em versões posteriores, mas já está valendo por atiçar a curiosidade.

O Sprace é um laboratório de física de alta energia – o mesmo tipo praticado no famoso Grande Colisor de Hádrons, da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern). Faz parte da Universidade Estadual Paulsita (Unesp).

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Baixe o jogo gratuitamente aqui.

 

 

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