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Cientistas franceses descobrem possível causa da dislexia

Segundo novo estudo, o formato das células receptoras de luz dos nossos olhos é capaz de acusar o problema

Por Guilherme Eler
18 out 2017, 19h05

A dificuldade com as palavras é o principal dos sintomas: as letras ficam se embaralhando durante a leitura, o que torna tarefas como interpretar textos e colocar ideias no papel bem mais complicadas. Entram na lista também problemas de memorização, coordenação – como distinguir entre esquerda e direita, por exemplo – e organização espacial.

Apesar dos percalços causados pela dislexia serem amplamente conhecidos e afetarem 700 mil pessoas no mundo, os cientistas ainda não sabiam dizer o que exatamente determinava o problema. Mas um novo estudo, publicado no Proceedings of the Royal Society B, reivindica ter matado a charada. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Rennes, na França, que analisaram os olhos de 60 cobaias, metade delas disléxicas e o restante sem o distúrbio. Os resultados mostraram que o fator que determina se uma pessoa é disléxica ou não pode estar escondido dentro do olho humano.

Pense em destros e canhotos: nosso olho obedece uma dinâmica parecida. Para enxergar o mundo, o cérebro costuma se guiar apenas por um dos olhos, chamado de “olho dominante”. Funciona mais ou menos assim: ao receber dois sinais diferentes para uma mesma imagem (um de cada olho), nossa central de comando costuma ignorar um deles e se basear só pelo outro – o dominante, no caso.

O que determina a escolha? O formato das células receptoras de cada olho, que estão lá só para captar a luz do ambiente e transformá-la em um sinal para o cérebro. As principais são os cones (responsáveis pelas cores) e bastonetes (focados nos níveis de luminosidade), que se encontram dentro da retina.

Nos olhos de pessoas sem dislexia, o olho dominante é facilmente identificável, já que há diferenças claras de formato nas células fotorreceptoras em cada uma das retinas. Enquanto num dos olhos elas são redondas, as do outro têm forma mais alongada – o que os torna dominantes sobre as outras.

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O estudo mostrou que, para a maioria dos disléxicos, essa diferença não existe: todos os cones têm o formato circular. Essa padronização faz com que nenhum olho assuma a tal da dominância. Isso coloca o cérebro em um dilema, deixando-o indeciso sobre qual das duas imagens usar. Essa indecisão explicaria os problemas dos disléxicos.

O grande avanço do estudo foi mostrar uma maneira para contornar essa situação, borrando uma das imagens para facilitar o trabalho do cérebro. Primeiro, os pesquisadores descobriram que há um intervalo de tempo entre a imagem primária, vista pelo olho, e a imagem espelhada, recriada pelo cérebro. A partir disso, eles criaram um método para borrar a imagem extra, que tanto confunde quem tem dislexia.

A técnica para resolver o impasse foi bastante simples: apontar uma lâmpada de LED para os olhos das cobaias já foi suficiente para que algumas sentissem o efeito. Os pesquisadores, porém, propõem mais testes até que a técnica esteja pronta para servir a qualquer pessoa com dislexia.

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