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Como a poluição do ar na China oscilou com o surto do novo coronavírus

Após queda na emissão de poluentes entre janeiro e o início de fevereiro, retomada da economia causou novo aumento.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 25 mar 2020, 12h19 - Publicado em 4 mar 2020, 15h53

O mapa que você vê acima mostra a emissão de dióxido de nitrogênio (NO2) – gás nocivo ao ambiente liberado por veículos e atividades industriais – no território chinês em 2020. O lado esquerdo traz a concentração de NO2 no país entre os dias 1 e 20 de janeiro. No direito, há a quantidade de poluentes do tipo emitida entre 10 e 25 de fevereiro. Os dados foram gerados por satélites da Nasa e da ESA (Agência Espacial Europeia).

Na China, é tradicional que exista certa diminuição nas atividades industriais – e por tabela, dos poluentes lançados na atmosfera – no início do ano. O motivo são as comemorações do Ano Novo Chinês – data festiva que para o país por alguns dias entre o final de janeiro e início de fevereiro. Mas, segundo especialistas, a diminuição no total de emissões de 2020 também é reflexo da epidemia do novo coronavírus, que desacelerou a economia do país nos últimos meses.

As tentativas de barrar o avanço da Covid-19 obrigaram o governo chinês a tomar medidas drásticas – como colocar uma cidade inteira sob quarentena. Wuhan, que tem 11 milhões de habitantes e foi o epicentro da nova doença, teve seu sistema de transporte e comércio fechados no dia 23 de janeiro. Com a logística de produção comprometida, trabalhadores eram aconselhados a ficar em suas casas. Medidas semelhantes também serviram a várias outras cidades do país.

Comparativo da emissão de poluentes na cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus.
Comparativo da emissão de poluentes na cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus. (Reprodução/NASA)

 

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Embora questionadas pela comunidade internacional, as medidas ultra-restritivas surtiram efeito. Desde a última semana, o número de casos na China vem se estabilizando – hoje, surgem mais novos casos fora do país asiático do que em cidades chinesas. Com o avanço da doença mais controlado, a produção também tende a se recuperar. Segundo um relatório da agência de notícias Bloomberg, a economia do país operava entre 60 e 70% de sua capacidade na última semana. Nas primeiras semanas de fevereiro, atividades de produção locais estavam reduzidas à 50% do usual.

E novos dados mostram que, acompanhando a retomada da economia já pode ser vista do espaço. Isso porque o total de poluentes lançados na atmosfera pelo país também vem aumentando. Desde o dia 17 de fevereiro, os índices de NO2, por exemplo, são 50% maiores. Os dados são fruto de uma análise do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Puro, na Finlândia, que usou informações captadas por satélites da Nasa. Ainda assim, estão 20% abaixo dos níveis registrados no mesmo período do ano passado.

Como destacou uma reportagem da agência Bloomberg, certas tendências locais de poluição também sinalizam o novo momento da economia chinesa. Na província de Hebei, centro de produção de aço do país, os níveis de NO2 estão superiores ao mesmo período do ano passado. Em Shanxi, região produtora de carvão, esse índice quase se equipara ao registrado em 2019.

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