O calor sempre passa de um corpo mais quente para outro mais frio, certo? Nem sempre, demonstrou o físico americano John Hegseth, da Universidade de New Orleans. Para entender o que ele fez, imagine que você derrama água quente numa panela de ferro fria e depois põe tudo no fogo. O metal, então, esquenta, porque recebe o calor tanto do fogo quanto da água – já que a temperatura dela é mais alta que a dele. Bom, isso é o que se vê normalmente. Só que Hegseth aqueceu um recipiente de cobre, cheio de um gás de enxofre mais quente, e o metal, em vez de esquentar, esfriou! É claro que a temperatura do gás subiu mais ainda. Com um metal desconcertante desses daria, até, hipoteticamente, para construir uma geladeria em que você, transmitindo calor ao congelador, o faria ficar mais frio. Mas Hegseth adverte que não é bem assim. O superaquecimento do gás é passageiro: na experiência, durante dois minutos, ele absorveu todo o calor disponível, mas depois esfriou de novo terminando com a mesma temperatura do recipiente de cobre. Ambos acabaram bem mais quentes do que no início do teste termodinâmico. A “geladeira”, afinal, não dura muito.