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Consumir mais sal não te deixa com sede – mas pode dar mais fome

Principalmente se você estiver treinando para ser um astronauta

Por Guilherme Eler
Atualizado em 19 abr 2017, 19h35 - Publicado em 19 abr 2017, 19h32

É aquela história da osmose. Muito sal no organismo – e, por consequência, dentro das células – demanda uma quantidade maior de água para que o equilíbrio seja mantido. Para não ficar desidratado após uma refeição mais salgada, a reação mais lógica é mandar para dentro alguns copos d’água. Um estudo publicado no Journal of Scientific Investigation, porém, aponta para um resultado diferente – e curioso: no longo prazo, um consumo maior de sal faz com que as pessoas tomem menos água. Isso se repetiu em testes com ratos, com um adendo: eles aparentemente também sentiram mais fome.

Essa reação foi notada em 10 voluntários (todos homens) que participavam do projeto Mars500, desenvolvido pela ESA (versão europeia da Nasa), Rússia e China. No projeto são conduzidos experimentos que simulam os possíveis impactos na saúde física e mental dos astronautas em uma missão à Marte – você, leitor da SUPER, se lembra que há vários deles.

A análise foi dividida em duas fases. No início da primeira jornada de 105 dias, os proto-astronautas mantinham uma dieta composta por 12 gramas de sal diárias. Os cientistas então reduziram a quantidade de sal fornecida aos participantes, primeiro a 9 g, depois a 6 g. Eles permaneceram 29 dias em cada uma das dietas.

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Na segunda fase da Mars500, que teve 205 dias de duração, o procedimento foi repetido. Mas ao fim das três diferentes dietas, foi adicionada mais uma. Nela, os voluntários voltavam a consumir as mesmas 12 g de sal/dia do início. Durante todo o período, eles foram monitorados, de acordo com a quantidade de líquido que consumiam, além de realizarem testes de urina.

Os resultados mostraram que os participantes beberam menos água quando a quantidade de sal na alimentação aumentou. Ao mesmo tempo, eles fizeram mais xixi – e havia mais sal na urina, que estava mais concentrada.

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Tentando achar mais explicações para esse comportamento, os cientistas recorreram aos testes com ratos. As cobaias foram divididas em três grupos: enquanto o primeiro recebia água da torneira e uma dieta com pouco sódio, o segundo também tomava água da torneira mas tinha uma dieta mais salgada. O último grupo, além de mais sal na comida, ganhava uma solução salina ao invés de água da torneira.

Para se livrar do nitrogênio, nosso corpo produz ureia. No caso dos roedores, essa ureia se acumulou nos rins, contrariando a tendência do sal de atrair mais água para as células. A maior produção de ureia, no entanto, causou outro efeito inesperado: para compensar esse esforço, as cobaias passaram também a comer mais.

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Para que tenhamos uma palavra final sobre a relação do sal com nossa sede, são necessários testes que envolvam também mulheres, além de condições mais normais – afinal, não é todo mundo que tem a chance de simular uma volta por Marte. Por isso, não é o caso de você deixar a preguiça tomar conta e não beber água regularmente – especialmente se não souber lidar com uns quilos a mais.

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