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Corvos são mais inteligentes do que outros pássaros da mesma família

Novo estudo mostra que essas aves são mais espertas do que seus parentes próximos - e isso as ajudou a se espalhar pelo mundo.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 3 Maio 2022, 18h04 - Publicado em 3 Maio 2022, 18h03

Corvos são pássaros renomados por alguns comportamentos exóticos. Eles conseguem imitar palavras, se lembram de rostos humanos e até usam pequenas ferramentas. Desde a China até a América do Norte, os pássaros do gênero Corvus cobrem o triplo da área ocupada pelo segundo gênero mais numeroso de sua família e englobam 46 espécies em sua classificação. E um artigo recente apontou uma conexão entre essa inteligência diferenciada e a expansão dos corvos ao redor do globo.

O estudo, publicado na revista Nature, elenca três traços que permitiram aos corvos se espalharem tão rapidamente: maior envergadura das asas, e corpos e cérebros maiores comparados a outros membros da família dos Corvídeos (que inclui gralhas e pegas). O tamanho físico garante vantagem tanto no voo quanto na briga por alimento. Graças a isso os corvos puderam viajar longas distâncias e mais facilmente competir quando chegaram em novos ambientes.

Já o cérebro avantajado é sinal de maior complexidade cognitiva, e está positivamente relacionado com a flexibilização de comportamento, memória e aprendizado. Uma vez em território novo, eles rapidamente se adaptavam às condições e logo eram parte daquele ecossistema.

O processo evolutivo exige que uma espécie fique durante um período em uma determinada área – se todos os indivíduos morrerem cedo demais, é como se eles nunca tivessem estado lá.

Conforme uma população nova aparece em um local, os mais adequados às condições sobrevivem e deixam seus descendentes. Estes, por sua vez, vão herdar as características dos pais e continuar o longo processo de seleção natural; até que a espécie atual seja diferente da original, com características personalizadas para viver naquele ambiente.

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O conhecido princípio de sobrevivência do mais forte – ou no caso, mais inteligente. “Parece que essa adaptabilidade comportamental teve um papel importante em permitir que esses pássaros sobrevivessem a períodos de má adaptação e continuassem tempo suficiente para que a seleção os alcançasse e produzisse uma gama de novas espécies,” afirma Carlos Botero, biólogo co-autor do estudo.

Enquanto vídeos virais de corvos falando ou segurando facas circulam na internet, a inteligência deles ajuda cientistas a descobrirem mais sobre como espécies se diversificam tão rapidamente. “Graças a esses pássaros incríveis, nós entendemos um pouco mais os processos com que animais se expandem ao redor do planeta e como essa expansão geográfica se traduz na produção de novas espécies,” comenta Botero.

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