Dentistas , sem anestesia
Pesquisadores suecos produziram uma bactéria geneticamente alterada que previne o surgimento de cáries, combatendo o Streptococcus mutans, principal causador da doença.
Celso Miranda
De boca aberta vão ficar os dentistas e a indústria de produtos odontológicos. Pesquisadores suecos produziram uma bactéria geneticamente alterada que previne o surgimento de cáries, combatendo o Streptococcus mutans, principal causador da doença. Testes em laboratório provaram que os ratos que tiveram suas bocas lavadas com uma solução contendo a nova bactéria ficaram livres das cáries. A bactéria modificada (Lactobacillus zeae) ativa a produção de anticorpos, que aderem às moléculas do S. mutans, impedindo que ele se fixe na superfície dos dentes. Em humanos, ela poderia ser ministrada na forma de um iogurte ou de uma solução aquosa. O coordenador das pesquisas, Lennart Hammarstrom, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, acredita que o lactobacilo também seja capaz de eliminar o Streptococcus. Mas o dia de aposentar as escovas de dentes ainda pode demorar.
Segundo Hammarstron, a tecnologia para produzir um remédio deve estar disponível em apenas um ou dois anos, mas a oposição popular ao uso de produtos geneticamente modificados em humanos pode atrasar os testes e fazer esse prazo chegar a cinco ou dez anos.