Em busca de vida numa lua fedorenta
O helicóptero-robô que vai procurar micróbios em Titã, uma das luas de Saturno, terá 100 quilos, consumirá 500 watts de energia (como um chuveiro) e será guiado por rádio
No futuro, quando o turismo interplanetário tiver se desenvolvido a ponto de levar terráqüeos para ver de perto os anéis de Saturno, uma parada obrigatória será Titã, uma das maiores luas desse planeta. Embora não seja uma ilha paradisíaca do Oceano Pacífico, Titã tem uma atmosfera muito parecida com a que a Terra tinha há 4 bilhões de anos e pode, por isso, ser o único lugar habitado do Sistema Solar, além da Terra. Mas, de acordo com a paisagem que se delineia nos telescópios, os futuros visitantes de Titã terão de tapar o nariz durante o passeio. É que o seu solo gelado se esconde permanentemente sob grossas nuvens de metano, uma substância fétida, muito comum nos pântanos terrestres. Além disso, é recortado por lagos e mares de etano, um parente da gasolina, de cheiro tão forte quanto ela. Boiando sobre o líquido oleoso haveria vastas colônias de algas ou bactérias, os mais prováveis moradores da lua saturnina. Essa é a hipótese que a Nasa pretende investigar em 2004, com a ajuda de um robô-helicóptero, guiado daqui da Terra por sinais de rádio. O projeto pertence ao geólogo americano Ralph Lorenz, da Universidade do Arizona e da Nasa. “É a maneira mais simples e barata de procurar pelos titanianos”, disse o cientista à Super.