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Escuta celeste no Universo

Quase como telefonistas cósmicos, radioastrônomos trabalham para tentar detectar sinais emitidos por civilizações alienígenas avançadas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 12 fev 2011, 22h00

Durante a jornada da sonda Galileo até Júpiter, a espaçonave tinha agendado um sobrevoo da própria Terra. Os cientistas aproveitaram a ocasião para realizar um experimento. Olhando do espaço, seria possível “enxergar” a existência de uma civilização ali? Os resultados não foram conclusivos e ajudaram a mostrar como é difícil detectar ETs lá fora. Quando começarmos a analisar a atmosfera de outros mundos potencialmente habitados, será que conseguiremos encontrar esses mesmos sinais? É uma pergunta que os astrônomos terão de responder nas próximas décadas. Por ora, só há um jeito de detectar uma civilização lá fora: Eles precisam telefonar para a gente.

Esse é basicamente o espírito da famosa Seti, sigla para busca por inteligência extraterrestre. Trata-se de um serviço de telefonia interestelar. A coisa toda começou com a ideia de Philip Morrison e Giuseppe Cocconi. A dupla escreveu um artigo para a famosa revista científica britânica Nature, no longínquo ano de 1959, sugerindo que a melhor forma de procurar os ETs seria apontar radiotelescópios, grandes antenas parabólicas capazes de detectar frequências de rádio e micro-ondas, para o céu e buscar sinais enviados por civilizações alienígenas. Os dois até sugeriram 4 estrelas para o início das buscas.

Coincidentemente, sem nem mesmo tomar conhecimento do artigo de Morrison e Cocconi, o astrofísico americano Frank Drake estava planejando exatamente a mesma coisa. O fato de que ele havia chegado independentemente às mesmas ideias soou até como auspicioso. Afinal de contas, para o estratagema funcionar, seria preciso que os ETs também fizessem o mesmo raciocínio e enviassem sinais na nossa direção, na mesma sintonia usada pelo radiotelescópio na Terra.

Silêncio

Bem, não rolou. Em 1960, Drake fez suas pioneiras observações radiotelescópicas ouvindo as estrelas Tau Ceti e Epsilon Eridani durante 400 horas. Ninguém parecia estar enviando nada de lá. Mas isso não desanimou os cientistas entusiastas da Seti. Desde aquela tentativa inicial, diversos projetos foram e continuam a ser conduzidos.

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Alguns sinais promissores chegaram a ser detectados. O mais famoso deles aconteceu em 1977, detectado pelo radiotelescópio Big Ear, operado pela Universidade de Ohio, nos EUA. Lá, foi detectado um sinal forte e intermitente. Surpreendido, o operador não se furtou ao anotar, no lado da página: “Wow!” A expressão deu o apelido ao episódio, mas ficou tudo por isso mesmo. Como o sinal não voltou a se repetir, ninguém pode dizer que houve a detecção irrefutável de alienígenas.

E não foi por falta de escutar. Projetos gigantes, como o Phoenix, conduzido com o gigantesco radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, coletaram dados durante anos. E o processamento de muitas das observações ainda precisa ser feito. O Instituto Seti, nos EUA, criou até mesmo um software que permite que voluntários no mundo todo ajudem a processar esses dados em seu computador pessoal. O projeto SETI@Home distribui gratuitamente um “screensaver” que, ao ser acionado num pc qualquer, baixa um pacote de dados, faz o processamento dessas informações e devolve aos cientistas os resultados. Caso um sinal promissor seja identificado, o usuário é notificado, e a detecção entra numa lista seleta para futuras observações.

Sem financiamento público durante mais de uma década, os esforços de Seti tiveram muitas dificuldades para continuar. Mas vira e mexe aparece um grande financiador privado, entusiasmado com a possibilidade de ser o responsável pela descoberta que pode mudar o destino da humanidade, ao confirmar que não estamos sós no Universo. O último deles foi o bilionário Paul Allen. Cofundador da Microsoft, bancou a criação de uma imensa rede de radiotelescópios, instalada num deserto da Califórnia, cujo destino primordial é o de buscar sinais alienígenas. De quebra, pra matar as horas vagas, os cientistas também usam o sistema para fazer estudos astronômicos, digamos, convencionais.

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