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Espécies preguiçosas têm mais chances de sobreviver, sugere estudo

Segundo os pesquisadores, gastar menos energia é uma estratégia de sobrevivência eficiente. Pena que isso não se aplica necessariamente aos humanos

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 12 mar 2024, 09h57 - Publicado em 28 ago 2018, 19h12

Um estudo da Universidade do Kansas (EUA), publicado na última semana, sugere que a preguiça serviu, ao longo da evolução das espécies, como uma estratégia de sobrevivência altamente eficaz. Pois é, deixe de lado, pelo menos por enquanto, aquele papo de “sobrevivência do mais forte”. Os cientistas analisaram 299 espécies de gastrópodes (caramujos, lesmas, mexilhões etc.) que viveram e morreram no Oceano Atlântico nos últimos 5 milhões de anos. Eles compararam as taxas metabólicas – ou seja, a quantidade de energia gasta por um organismo – das espécies extintas com as que ainda existem.

Os pesquisadores observavam que a maioria dos animais que já sumiram da Terra gastavam muito mais energia em comparação aos que restaram. Para Bruce Lieberman, um dos autores do estudo, a explicação provável é a de que os bichos mais lentos (leia-se preguiçosos), por não precisarem de mais alimentos, contentavam-se com pouco, mesmo quando a situação estava ruim. Como não precisavam de muito para sobreviver, aguentavam mais as agruras da existência terrena.

“Quanto menor a taxa metabólica, maior a chance de sobrevivência das espécies”, disse Lieberman, em entrevista ao jornal inglês The Guardian. Segundo os cientistas, os moluscos foram escolhidos como objeto de estudo por conta do extenso conjunto de dados disponíveis – de coleções de fósseis a informações já registradas -, algo essencial para se chegar às tais taxas.

Pode levantar do sofá

Os resultados da pesquisa poderão servir para saber qual a relação entre o metabolismo e a extinção em outros animais para, assim, prever as chances de desaparecimento das espécies atuais frente às atuais mudanças climáticas.

Isso é motivo de comemoração para os preguiçosos de plantão? Não. Para Lieberman, a regra não se aplicaria aos humanos. “Este resultado não significa necessariamente que as pessoas preguiçosas são as mais aptas, porque às vezes são elas as que consomem mais recursos”. Nossa preguiça, segundo ele, pode ser um dos maiores perigos que o planeta enfrenta.

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