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Esta ave vomita ácido a até 3 metros de distância e tem cocô anti-séptico

As estratégias servem para fugir de predadores e resfriar os animais em dias quentes. Conheça o urubu-de-cabeça-vermelha.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 31 jan 2025, 16h10 - Publicado em 31 jan 2025, 16h00

Evitar predadores faz parte do manual de como sobreviver na natureza. Cada animal têm sua própria estratégia: as cobras hognose rolam de costas e se fingem de mortas, deixando a língua pendurada para fora da boca; os baiacus inflam, criando uma armadura de espinhos venenosos; e os geckos e outros lagartos desprendem suas caudas de seus corpos – que continuam se mexendo, criando uma distração perfeita para os animais escaparem.

O urubu-de-cabeça-vermelha surpreende: para manter os predadores longe, ele vomita ácido estomacal e carne semi-digerida em seus atacantes. O jato pode ser projetado até 3 metros de distância, como técnica de distração. Além disso, é uma maneira de “diminuir” o peso corporal destas aves, para que o voo de escape seja mais fácil e ágil. 

Eles são típicos das Américas, mas preferem os climas subtropicais e tropicais. Esses animais pertencem ao grupo dos abutres do Novo Mundo, uma versão apocalíptica dos “abutres verdadeiros”, com similaridades atribuídas à uma convergência evolutiva (quando um caráter semelhante evoluiu independentemente em duas espécies, sem um ancestral comum entre elas) devido à preferência de menu desses bichões: a carniça.

Em um geral, a diferença entre abutres e urubus é que os primeiros estão presentes na África, Ásia e Europa, e os outros estão nos continentes americanos. 

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A cabeça careca é uma adaptação necessária para os hábitos necrófagos – para que, quando se alimentam de carcaças, sangue e vísceras não fiquem presos em suas penas. 

Apesar de preferirem se alimentarem de restos de animais mortos, seus sentidos de “caça” são extremamente apurados. Eles fazem voos rasos para detectarem os gases produzidos nos primeiros estágios da decomposição da matéria orgânica. 

Um estudo publicado no periódico Ecosystem Services analisou o impacto que os animais carniceiros têm para o controle da emissão de gases que aumentam o efeito estufa. Segundo a pesquisa, esses pássaros evitam dezenas de milhões de toneladas métricas de emissões de carbono todo ano ao comerem carcaças antes que elas se decomponham e liberem os gases. 

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Mesmo com seus 1,7 metros de comprimento quando suas asas estão abertas, o urubu-de-cabeça-vermelha é presa de outros pássaros. Quando se sentem ameaçados, eles regurgitam um ácido gástrico tão forte que pode queimar os olhos e a pele do seu predador. Esse ácido é 100 vezes mais forte do que o ácido encontrado nos nossos estômagos, e chega a se assemelhar com a substância encontrada em baterias de carro. 

Esse líquido capaz de corroer o inimigo também neutraliza as toxinas encontradas na dieta light dos bichões.  

Como se não fosse suficiente, esses urubus também usam outros fluidos corporais para sua sobrevivência. Quando está muito quente, é comum que eles defequem e urinem em suas patas para resfriá-las. Os sucos digestivos desses pássaros matam as bactérias – logo, fazer cocô nas pernas funciona como um anti-séptico após pisar nas carcaças.

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