Como a estrela de nêutrons pode ter 1 milhão de toneladas em um espaço onde só cabe a cabeça de um alfinete?
Não parece, mas os átomos que formam tudo o que conhecemos, do ar ao chumbo, estão cheios de nada. Quase toda a massa deles está no seu minúsculo núcleo. O resto é um vazio onde os elétrons voam loucamente. Uma estrela de nêutrons é um astro superpesado. Ela se forma quando a incrível gravidade de uma estrela muito grande espreme os átomos, acabando com o espaço entre eles. “Os elétrons são capturados pelo núcleo, gerando uma explosão, a supernova”, explica o físico nuclear Takeshi Kodama, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Depois, a estrela passa a ter só núcleos, que são pura massa. Fica tão pesada que, se colocarmos um pedaço dela do tamanho de uma cabeça de alfinete numa gangorra, teremos que botar dois petroleiros no outro lado para equilibrar.
Todo mundo pra dentro
A gravidade atrai os elétrons para o interior do núcleo.
Uma estrela comum é assim, com núcleos atômicos distantes uns dos outros e muito espaço vazio.
Se a estrela for grande demais, a gravidade dela puxa seus átomos e os elétrons são obrigados a entrar no núcleo, fundindo-se com um próton. Como o primeiro tem carga negativa e o segundo, positiva, o resultado é uma partícula sem carga – um nêutron.
O espreme-espreme gera uma explosão, conhecida como supernova. O astro resultante é a estrela de nêutrons, muito densa, pois só tem núcleos, uns colados nos outros.