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Eterno retorno

A movimentação dos continentes no decorrer da história e como irá ficar o Planeta no futuro.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 31 jan 2004, 22h00

Alexandre Versignassi

Se a espécie humana estiver viva daqui a 250 milhões de anos, será possível ir do Brasil ao Japão de bicicleta. Como? Pode ser que todas as terras se juntem de novo. E o mapa-múndi obedeceria a um ciclo em que supercontinentes se quebram e se reúnem – num “indo e vindo infinito”, como tudo o mais no Universo.

Seria mais uma etapa do quebra-cabeça que inclui as terras afastadas da Rodínia, há 750 milhões de ano. Meio bilhão de anos depois, quando os primeiros dinos circulavam, todas as terras secas estavam aglutinadas no supercontinente Pangea. Então essa placa “quebrou”. E seus pedaços foram se afastando até o mundo ficar com a cara que tem hoje.

E depois? Para o geólogo Chris Scotese, da Universidade do Texas, que estuda o assunto há 20 anos, esse filme vai rebobinar. “Em 100 milhões de anos, o leito do Atlântico começará a penetrar o subsolo das Américas. O oceano vai diminuir até quase desaparecer. E o mundo vai virar uma nova Pangea. A Pangea Ultima”, diz ele.

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Resta saber se estaremos aqui para ver esse espetáculo tectônico (e para pedalar até o Japão). Nossa espécie existe há apenas 400 mil anos. Para chegarmos a 250 milhões, ainda falta muuuuuito chão.

Quebra-cabeça tectônico

Acompanhe a movimentação

Rodínia – Há 750 milhões de anos

Esta era a cara do mundo quando o primeiro dos supercontinentes conhecidos arrebentou. Ele foi batizado de Rodínia (“lar”, em russo) e se formou quase 1 bilhão de anos antes da Pangea. Essa ilhona laranja, batizada de Laurentia, se transformaria na América do Norte; a Báltica, mais à direita, na Europa. Se o mapa era estranho nessa época, o planeta era mais ainda: a paisagem das terras secas era marciana, sem plantas. As únicas coisas vivas eram seres unicelulares e praticamente não havia oxigênio na atmosfera.

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Daqui a 150 milhões de anos

A Europa e a Ásia se movem juntas para o norte a uma velocidade de 3 centímetros por ano. África e Oceania correm atrás, um pouco mais rápido, a primeira a 5 cm/ano e a segunda a 7 cm/ano. A África, então, se esborracha com a Europa, criando uma cordilheira com montanhas de até 8 mil metros, e a Oceania tromba na China. As Américas estão se afastando desse bloco a 7cm/ano. Mas o movimento pode se inverter e acabarmos batendo na África e na Antártida. A idéia não é unanimidade: “As placas têm movimentos imprevisíveis”, diz o geólogo Antônio Romalino, da USP.

Pangela – Há 250 milhões de anos

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Eis a Pangea (“terra inteira”, em grego), que se formou a partir dos fragmentos da Rodínia. A Gondwana, na parte inferior do globo, formaria os continentes do sul; a Laurásia, acima, os do norte. Seu cenário já era mais amigável: plantas terrestres turbinaram a fotossíntese e o nível de oxigênio ficou igual ao de hoje. Isso abriu caminho para animais maiores, como os tecodontes – lagartões que dariam origem aos dinossauros, crocodilos e aves – e os nossos avós terapsídios, também répteis, mas com jeitão de mamíferos.

Pós-Pangea – Há 150 milhões de anos

Este é o Parque Jurássico de verdade: com a maior parte dos continentes em áreas tropicais e temperadas e índice de umidade ideal para o crescimento de plantas, a vida floresceu para valer. Herbívoros de 30 metros de altura, como o apatossauro, disputavam espaço no hemisfério norte com os carnívoros tiranossauros (que só apareceram no Cretáceo, alguns milhões de anos mais tarde). Nós, mamíferos, não aproveitamos muito esse cenário: éramos bichos parecidos com ratinhos, escondidos em troncos de árvore.

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Hoje – 2004 Anno Domini

Para o mundo ficar do jeito que a gente conhece, Austrália e Índia se desprenderam da Antártida e viajaram para o norte. A pancada da placa indiana com a Ásia, há 30 milhões de anos, começou a levantar o Himalaia. A pressão da Índia faz a cadeia de montanhas crescer, ainda hoje, alguns milímetros por ano. Já as Américas estão sendo apertadas contra a placa do oceano Pacífico. A África caminha para o norte. Itália e Grécia são partes da placa africana que vêm entrando no subsolo do continente há 40 milhões de anos.

Pangea ultima – Daqui a 250 milhões de anos

Este é o mundo do futuro,quese formará quando as terrassecas do planeta se unirem emum imenso supercontinente

O oceano Atlântico virará este filete de água, banhando só partes da América do Norte e da África

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O norte do Brasil vai fazer fronteira com a atual África do Sul. Salvador terá vista para o oceano Índico

O Rio de Janeiro vai acabar no meio de uma cadeia de montanhas pelo menos tão alta quanto o Himalaia

O fim do Atlântico puxará a Antártida para cima. O continente gelado deixará de ser o Pólo Sul e vai invadir nossa praia

A África irá para o norte, levando o Saara para onde hoje é a Groenlândia. A Europa fará parte do Pólo Norte

O Pacífico será o único oceano para valer, com quase toda a água salgada do mundo

O Índico se transformará em dois laguinhos de água salgada. Da mesma forma que o mar Morto hoje

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