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Ferido de morte

A descoberta dos oncogenes, as partículas de DNA que determinam a transformação de uma célula sadia em um tumor, está sendo festejada como o impulso que faltava para a ciência chegar à cura do câncer. O inimigo número 1 da humanidade, dizem os pesquisadores, está com os dias contados

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 31 dez 2000, 22h00

Flávio Dieguez

Nenhuma doença, com a possível exceção da Aids, incita tanto horror quanto o câncer. Já não é um problema médico, simplesmente – o medo coletivo da doença, ao longo deste século, tomou a forma de um sentimento irracional, equivalente ao temor que os povos antigos tinham diante de suas divindades malévolas e vingativas. Na frase perfeita do biólogo molecular inglês Mel Greaves, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, “a doença moldou a sua própria mitologia de um predador obsceno e demoníaco, um caçador sombrio e invencível”.

Felizmente, essa visão assombrada da doença parece estar perdendo seu contraponto na realidade. O avanço das pesquisas aponta para um cenário que desautoriza grandemente a velha visão de que o câncer é um revés irreversível, uma moléstia sem cura nem explicação. Essa nova visão da doença começa a aparecer em livros como Uma Célula Renegada, do oncologista americano Robert Weinberg, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um dos maiores teóricos do câncer da atualidade, publicado este ano no Brasil. Ou como Cancer, The Evolutionary Legacy (Câncer, o Legado Evolucionário), de Mel Greaves, lançado em outubro nos Estados Unidos e ainda inédito no Brasil. Apesar desses lampejos de novidade, é chocante a ausência de alarde com que o novo jeito de olhar a doença vem sendo divulgado dentro e fora do meio científico. Segundo Greaves, as descobertas feitas pela ciência nos últimos anos não apenas elucidaram o mecanismo fundamental da doença como também geraram terapias capazes de eliminar os tumores da imensa maioria dos pacientes. “O demônio está finalmente maduro para o exorcismo”, diz.

A possibilidade de cura do câncer já é uma realidade concreta na maioria dos hospitais. (Um paciente é considerado curado se o tumor não retorna depois de cinco anos de observação.)

Nos Estados Unidos e na Europa, nada menos que oito em cada dez doentes são recuperados. Um índice de cura comparável ao da tuberculose, por exemplo. (No imaginário das pessoas, no entanto, o câncer recobre-se de uma vilania muito maior do que a tuberculose.) No Brasil, ainda estamos na faixa em que os americanos se encontravam duas décadas atrás, a dos 50% de cura. Mesmo assim, há centros avançados, como o Hospital do Câncer, em São Paulo, em que a proporção de êxitos já chegou a 65%. Para se ter uma idéia, a taxa de sobrevivência do enfizema pulmonar, uma das doenças comparáveis ao câncer, é de 30%, segundo Daniel Dehenzeilin, diretor do Hospital do Câncer. E a proporção de recuperações do câncer está subindo. “Tínhamos uma taxa de cinco curas para cada dez pacientes há apenas seis anos. Chegaremos ao índice de 80% rapidamente”, afirma Daniel. “O câncer tem cura e é essencial que a população tome consciência disso.”

Ao lado de combater o câncer em si, os pesquisadores têm tido a preocupação de combater o mito que se formou sobre a doença com o passar do anos. “É preciso desmontar a falsa imagem, já superada pela medicina, de que o câncer representa uma fatalidade certa”, diz Dehenzeilin. É que se as pessoas não estiverem convencidas disso, continuarão a encarar um diagnóstico positivo de câncer como uma sentença de morte, desconsiderando as boas e crescentes chances que têm de recuperação. E forma-se aí um círculo vicioso: pelo medo desse diagnóstico, continuarão deixando de fazer os exames regulares necessários à identificação precoce da doença e à sua eliminação. Ou seja: não acreditar na cura acaba diminuindo as chances de que a cura aconteça. (O diagnóstico precoce aumenta muito as possibilidades de erradicação da doença. O ideal é tratar o tumor antes que ele atinja 1 centímetro de diâmetro.) “Basta, por exemplo, conseguir que a população faça um único exame anual para reduzir a incidência do câncer de pele, um dos mais comuns no Brasil, em 20%”, diz Dehenzeilin.

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As boas notícias não param por aí. O avanço das pesquisas permite a um número considerável de cientistas acreditar que, dentro de dez anos, ou até mesmo antes disso, o índice de cura do câncer se torne muito próximo de 100%. Se isso ocorrer de fato, o grande mérito terá sido da explicação definitiva da causa dos tumores, concluída apenas nos últimos cinco anos, após duas décadas de pesquisas.

O câncer, relatado pela primeira vez pelo grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, por volta do ano 500 a.C., já teve a sua origem atribuída a centenas de fatores. No século XIX, considerava-se que ele era causado por machucaduras. Depois, os vilões passaram a ser os parasitas. Neste século, pensou-se em vírus, bactérias, radiação e produtos químicos. A tese que pôs um ponto final nessa discussão – e, mais do que isso, um ponto final que traz muita esperança – foi a descoberta dos oncogenes. Ela revelou que fatores externos são meros coadjuvantes no drama cancerígeno que, quando em vez, se desenrola nas células.

A tese dos oncogenes defende que a origem do câncer é um defeito minúsculo que altera apenas a bilionésima parte do DNA de alguns genes especiais – 50 entre os 50 000 que existem em cada célula. Esses genes especiais são chamados de oncogenes, ou genes causadores de câncer. Apesar de serem tão poucos, eles têm poder de vida ou de morte sobre o organismo porque sua função é controlar o desenvolvimento, a reprodução e a organização das células.

Por que a ciência demorou tanto para chegar aos oncogenes? Primeiro, óbvio, pela ausência de equipamentos que só recentemente a tecnologia pôde prover. Segundo, e mais importante, porque as mutações genéticas que acarretam o câncer podem ser disparadas de muitas maneiras diferentes. O cigarro, por exemplo, um dos agentes que acionam os oncogenes, é responsável atualmente por 35% dos casos de câncer no mundo. No final do ano passado, o Departamento de Serviços de Saúde – órgão do governo americano responsável pela avaliação de risco de câncer – decidiu considerar que todas as substâncias contidas no cigarro, entre as quais a nicotina e o alcatrão, são cancerígenas. Ou seja: provocam alterações em oncogenes nas células da boca, garganta, pulmão e estômago. (O câncer de pulmão é o mais mortal entre os homens no Brasil. Foram 12 750 vítimas em 1999.) O álcool, por sua vez, é responsável por 15% dos cânceres, especialmente os da boca. Além da fumaça e da bebida, dezenas de substâncias podem gerar tumores (a lista de cancerígenos divulgada pelo governo americano este ano contém 128 substâncias, entre elas a fumaça do óleo diesel, os corantes à base da substância benzedina e o óxido de etileno, até recentemente usado como antisséptico hospitalar).

Além disso, moléculas produzidas pelo próprio organismo, como os hormônios, podem levar ao câncer. Um desequilíbrio hormonal pode afetar os cromossomos (que ficam dentro do núcleo celular) bem no ponto em que há um oncogene e ocasionar um tumor. Todos esses fatores somados responderiam por cerca de um terço dos casos da doença. O restante, cerca de 15%, seriam cânceres hereditários, como o de mama e o de sangue. Nesse caso, a mutação foi incorporada à descendência do paciente, passando geneticamente de uma geração a outra.

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Depois que sofre uma mutação inicial, a célula tem um longo caminho pela frente até virar um tumor. Por isso o câncer é mais comum em pacientes com mais de 50 anos. “O desenvolvimento de um tumor demora décadas”, afirma Weinberg, do MIT. “Todos nós temos células transformadas no corpo. E a todo momento ganhamos novas células mutantes”, diz ele. “Mas isso não significa que elas darão início à doença.” Uma razão é que, apesar de as células alteradas pelo oncogene passarem a proliferar de maneira descontrolada, elas têm que enfrentar diversos obstáculos gerados pelo próprio organismo.

Um dos principais obstáculos são os genes supressores de tumor, descobertos pelos cientistas logo depois de identificados os primeiros oncogenes. Sua função é patrulhar ameaças à ordem interna das células. Ou seja: reprimir os oncogenes. Resultado: para avançar no processo de cancerização, a célula mutante precisa sofrer uma segunda mutação.

Hoje, há 50 genes supressores catalogados – o mesmo número de oncogenes. O novo jeito de olhar o câncer, portanto, enxerga o organismo como o cenário de um longo confronto entre os genes sadios e aqueles cuja missão é propagar a desordem. Que desordem é essa? Cada mutação libera a célula alterada de obedecer às regras estabelecidas para o seu crescimento. Uma célula sadia, por exemplo, não gera outras células onde não há espaço. Mas um oncogene livra a célula desse tipo de entrave montado ao longo da evolução da espécie para garantir que o organismo mantenha a sua forma e realize as suas funções adequadamente.

O interessante é que os genes, em si, não realizam tarefa alguma. Eles, na verdade, apenas enviam ordens para que as proteínas, essas sim, metam a mão na massa. Pense nos genes como os mestres-de-obra do organismo. E nas proteínas, que as células obtêm dos alimentos, como os operários. A disputa entre oncogenes e genes supressores, portanto, acontece na forma de uma gigantesca guerra de informações. Quando as proteínas obedecem às ordens do organismo (ou dos genes supressores), não há câncer (ou ele é estancado). Quando elas decidem ouvir as contra-ordens dos oncogenes, o tumor floresce.

E a famigerada metástase, como entra nessa história? Tudo começa com os oncogenes enganando as células com a sua tática de falsificar informação. Da mesma forma que os genes do mal podem simular um comando externo, autorizando a reprodução de uma célula ou de um grupo delas, eles, aos poucos, com outros comandos forjados, fazem o tumor crescer e finalmente alcançar a malignidade total: a metástase. Ou seja: o êxodo de algumas células cancerosas via corrente sangüínea.

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A metástase é, sem dúvida, a fase mais assustadora do câncer. É como se todas as filhas de um tumor, digamos do fígado, escolhessem um mesmo destino, como o fêmur, e para ele se dirigissem com a obstinação de peregrinas. Quase desnecessário dizer, repete-se aqui o diálogo de embustes, farsas e logros que as mutantes empregam para driblar os obstáculos da jornada. Um recurso comum é a apresentação de senhas falsas às células de defesa que tentam detê-las. Nesse exemplo da peregrinação de um câncer do fígado para o fêmur, células de defesa do sistema imunológico presentes na corrente sangüínea reconhecem as células mutantes como invasoras. O passo seguinte seria o ataque e a destruição das mutantes. Ocorre que as células doentes apresentam aos soldados uma molécula que funciona como um passaporte falso, mostrando-as como integrantes saudáveis do organismo, com permissão para estar naquela parte do corpo.

Para os médicos, diagnosticar que um tumor chegou à metástase significa derrota quase certa na tentativa de salvar o paciente. Mesmo com todas as descobertas recentes. Dessa etapa para a frente, há pouca esperança de localizar e eliminar, com absoluta certeza, todas as células do mal que se espalharam pelo corpo. As metástases respondem por 90% das mortes por câncer. E até que haja outra revolução na pesquisa contra a doença, é certo que o número de mortes vai continuar diretamente associado ao número de diagnósticos tardios. Mesmo que os pacientes que sucumbem à doença sejam um grupo cada vez menor em relação ao dos que sobrevivem, graças à identificação precoce do mal, os números absolutos ainda são elevados: em média, 7 milhões de pacientes morrem anualmente de câncer no mundo.

O fato é que enfrentar a doença é como entrar num labirinto – os médicos costumam ressaltar que existem 802 tipos de tumores e que, em cada paciente, a doença avança e se manifesta de maneira diferente. Além disso, o câncer não é um privilégio humano – ele existe em qualquer organismo que tenha mais de uma célula. Ou seja, existe há pelo menos 600 milhões de anos.

Quando o homem desviou do ramo dos primatas ancestrais, há cinco milhões de anos, trouxe com ele os oncogenes. Ou seja, naquela época não havia várias das substâncias cancerígenas que conhecemos hoje, mas já se morria de câncer. É que há na doença um componente de acaso. Como num grande jogo de azar.

Acontece que, ao se reproduzir, dividindo-se em duas, uma célula precisa duplicar todos os seus 50 000 genes, compostos por três bilhões de subpartículas de DNA. A probabilidade de haver um erro, na hora da cópia, não é desprezível – mesmo levando em conta que, para levar ao câncer, a falha precisa atingir um daqueles 50 genes específicos, capazes de gerar o câncer – os oncogenes. A chance de haver um erro nas cópias aumenta à medida que o indivíduo envelhece e mais células se reproduzem. Para se ter uma idéia, a cada dia o pulmão reconstrói 10% das suas células. Os cientistas afirmam que, se não houvesse nenhuma outra causa de morte entre os seres humanos, todos nós acabaríamos morrendo de câncer, mais cedo ou mais tarde.

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É claro que a probabilidade de a doença surgir dessa maneira, espontaneamente, é baixa. Basta ver que os casos de câncer aumentaram muito a partir do final do século passado. Esse fato sugere que as mutações se tornaram mais freqüentes devido às mudanças de hábitos, atividades e costumes da civilização. A industrialização é, muitas vezes, acusada de ter sido a responsável pela transformação do câncer em um problema médico de grandes proporções. Já em 1775, o médico inglês Percival Pott percebeu que o câncer do escroto era muito comum entre os limpadores de chaminés de Londres e levantou a hipótese de o mal ser causado pela fuligem. A hipótese nunca foi comprovada. (A mesma incidência de câncer não foi encontrada entre limpadores de chaminé de outros países da Europa.)

Mas o que todo esse novo conhecimento sobre o que é o câncer e sobre a sua origem traz de novidades no que toca à cura? A principal estratégia das novas drogas em desenvolvimento é matar o câncer antes que ele fuja do controle. Outra vez: quanto mais cedo for descoberto, melhor. A quantidade de remédios em estudo é tão grande que os médicos não estão dando conta de testá-los. Uma das linhas de ataque mais promissoras é a busca de substâncias que possam se aliar aos genes supressores na luta contra os oncogenes. Grande parte das esperanças recai sobre uma proteína, identificada pela sigla p53, fabricada por um desses genes do bem.

Os laboratórios acreditam que nem precisam sintetizar a p53 e transformá-la em um medicamento convencional: em vez disso, planejam contrabandear para dentro das células malignas o gene que fabrica a p53. O gene entra dentro de um vírus inofensivo, aliado da medicina. A p53 é conhecida por sua habilidade de induzir células indisciplinadas ao suicídio. Funciona com um cavalo de Tróia. Ou, se você quiser, como um agente de contra-espionagem: ela engana o oncogene com as mesmas armas que este usa para enganar as células sadias. Detalhe: como a p53 é especialista em tumores, não causa o menor dano às células saudáveis do resto do organismo.

Mas a ofensiva mais brilhante da ciência contra o câncer é, sem dúvida, a que procura deixar o tumor sem almoço. Todo câncer, depois de atingir o diâmetro de 1 centímetro, induz, com a sua tática de ludibriar o organismo, a formação de vasos que o conectam à corrente sangüínea do paciente. É assim que ele se alimenta e, mais tarde, se dissemina por meio de metástases para o resto do corpo. Essa ofensiva corta a nutrição do tumor, levando-o à morte. (Mesmo que não levasse, impediria o temido êxodo das células malignas para outros órgãos.) O protagonista desse grande passo no esforço para transformar o câncer numa mera gripe metida a besta, é o médico americano Judah Folkman, do Hospital Pediátrico de Nova York. Em 1998, depois de 15 anos de trabalho, ele anunciou o resultado de uma experiência extraordinária com ratos, na qual conseguiu, pela primeira vez, matar um tumor de fome. O algoz foi uma droga não-tóxica, a angiostatina.

A experiência de Folkman ainda não pôde ser realizada em humanos, mas ele não concorda com as dúvidas levantadas nos últimos dois anos sobre a eficiência da angiostatina. “Sempre leva algum tempo até que uma experiência realizada em animais de laboratório possa ser aplicada ao organismo humano”, afirma ele. “Os resultados dos primeiros testes clínicos são encorajadores.” Weinberg, do MIT, concorda com ele. “Acredito que, na próxima década, a abordagem de Folkman conduzirá a êxitos dramáticos na cura de vários tipos de tumor.”

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Espera-se que até a metástase possa ser diretamente combatida por remédios que advenham da descoberta dos genes do câncer. O ano passado foi pródigo em descobertas importantes no estudo das metástases. Uma das mais festejadas foi a primeira identificação segura dos oncogenes que as controlam. Entre 7 000 pedaços de DNA analisados em células metastáticas de ratos e humanos, os cientistas flagraram um conjunto de apenas 16 genes em ritmo acelerado de trabalho. Muito suspeito: observados em células não-metastáticas, os mesmos genes não demonstraram atividade visível, sinal de que sua especialidade pode muito bem estar ligada aos percalços do êxodo do tumor. “Esse tipo de pesquisa vai revolucionar o tratamento da doença”, diz uma das maiores especialistas no assunto, a bioquímica inglesa Anne Ridley, do Instituto Ludwig, em Londres. “Sabendo quais são as substâncias-chaves das metástases, podemos fabricar remédios para pará-las.”

As drogas e os procedimentos de hoje são apenas um aperitivo do que vem por aí. “As ferramentas que temos para detectar genes mutantes ainda são primitivas”, afirma Weinberg, do MIT. “Mas o Projeto Genoma nos dará meios de mapear o conteúdo genético completo de uma célula maligna. Então, saberemos o número exato de genes mutantes.” A partir desse momento, que deverá acontecer nos próximos anos, ferir de morte um tumor maligno será um procedimento tão simples e direto como tratar um resfriado. Como qualquer doença, o câncer talvez nunca venha a ser inteiramente extirpado. Mas o que restar dele já não assustará mais ninguém.

fdieguez@abril.com.br

Para saber mais

Na livraria: Cancer, The Evolutionary Legacy

Mel Greaves, Oxford University Press, Nova York, 2000

Uma Célula Renegada, Robert Weinberg,

Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2000

Na Internet: https://www.ultranet.com

www3.cancer.org/cancerinfo

O câncer em gestão

Os tumores nascem à medida que as células acumulam mutações genéticas

1. Dano maligno

Uma célula sadia, abaixo, só se divide em duas se há espaço para isso dentro do corpo. Mas, se sofrer uma mutação num dos genes que controlam esse processo, ela prolifera em excesso e se torna invasiva

2. Contra-ataque

A vantagem é que toda célula possui genes supressores de tumor: eles detectam a ação do gene descontrolado e, normalmente, conseguem bloquear os seus efeitos

3. Proteção anulada

Apesar disso, a essa altura a célula mutante já se multiplicou um pouco. Então, se ela ou alguma de suas filhas sofrer uma mutação exatamente no gene protetor, ela volta a proliferar de maneira agressiva e o tumor cresce

4. Estágio letal

O problema se agrava quando novas mutações atingem outros genes importantes – por exemplo, os que permitem à célula estimular o crescimento de vasos sangüíneos em sua direção. É por esse caminho que elas migram para outras partes do organismo. É a chamada metástase, que, quando ocorre, torna quase impossível o controle da doença

Cerco ao tumor

Quatro superestratégias para dar fim à doença mais temida pela humanidade

1. Proteção estimulada

Diversas substâncias em estudo poderão, no futuro próximo, ajudar o sistema imunológico a reconhecer as células descontroladas e a estimular a ação dos anticorpos contra o tumor

2. Veneno infiltrado

É possível inserir num vírus inofensivo o gene que produz a proteína p53, cuja função natural é levar células malignas ao suicídio. O vírus levaria o gene até o câncer e ele fabricaria o próprio veneno que o destrói

3. Matar a doença

Acima de 1 cm de diâmetro, o tumor faz crescer vasos sangüíneos que levam nutrientes até ele. Mas já se conhecem substâncias que bloqueiam a formação dos vasos e matam o tumor de fome

4. Inimigo isolado

Diversas drogas destroem as enzimas que as células malignas usam para migrar de um órgão para outro. Elas podem impedir a disseminação da doença

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