Há trinta anos cientistas do mundo inteiro sonham construir em reator nuclear de fusão capaz de gerar grandes quantidades de energia e muito mais limpa do que a resultante dos atuais reatores de fissão (SUPERINTERESSANTE nº 5). A energia de fusão é liberada quando se atinge a temperatura de 300 milhões de graus centígrados vinte vezes maior do que a do núcleo do Sol. Por aí já vê que poucos sonhos são tão ambiciosos como esse. A temperatura máxima alcançada e por frações ínfimas de tempo foi de 200 milhões de graus centrígrados. O reator de pesquisas de fusão da Universidade de São Paulo conseguiu 1.6 milhão de graus.
Para aumentar as chances dos cientistas, Estados Unidos, União Soviética, Japão e a Comunidade Econômica Européia resolveram partir para um trabalho em equipe. Cientistas desses países farão o projeto de um reator padrão. Em 1991, quando se espera que o projeto esteja pronto, será decidido se a construção do reator obedecerá ao mesmo esquema. Manfred Leiner, diretor da área de Física da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), torce para que a decisão seja sim: “Esperemos que o clima político internacional esteja ameno o suficiente para uma empreitada em comum”.