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Girafas têm vidas sociais complexas, similares às dos elefantes

Pesquisadores revisaram mais de 400 estudos científicos para entender melhor o comportamento social das girafas. Eles defendem que o animal apresenta uma estrutura social pronta para ser desvendada.

Por Luisa Costa
4 ago 2021, 18h59

“Uma espécie mal compreendida”. É assim que cientistas da Universidade de Bristol (Inglaterra) se referem às girafas no título de seu novo estudo. Isso porque tradicionalmente (até cerca do ano 2000), acreditava-se que esse mamífero não era muito chegado em estabelecer laços com seus semelhantes. Mas o que esses pesquisadores procuraram mostrar é que as girafas, na verdade, apresentam uma estrutura social complexa.

A pesquisa publicada na revista Mammal Review representa um esforço de Zoe Muller e Stephen Harris em revisar mais de quatrocentos artigos científicos sobre o comportamento e a organização social de girafas – abrangendo populações que vivem livremente em ambiente selvagem ou em cativeiro.

Os cientistas demonstraram que as girafas apresentam uma série de características típicas de mamíferos com sistemas sociais cooperativos complexos e sociedades matrilineares – ou seja, constituídas por grupos estáveis de fêmeas e pela dispersão de indivíduos masculinos.

Uma dessas características típicas é o fato de as girafas passarem até 30% de suas vidas em estado pós-reprodutivo: as fêmeas alcançam até 30 anos de idade, mas sua idade reprodutiva máxima é em torno de 20. 

Os pesquisadores acreditam que a presença de girafas fêmeas na pós-menopausa oferece benefícios de sobrevivência para a prole, por meio da contribuição no cuidado parental de girafas jovens. (Ou seja, as girafas avós são bastante suscetíveis, segundo essa hipótese, a se envolver no cuidado de seus netos, por exemplo, ajudando a criar gerações sucessivas de descendentes.)

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Muller afirma que não entende como uma espécie tão icônica tenha sido tão pouco estudada por tanto tempo. Agora, “Este artigo reúne todas as evidências para sugerir que as girafas são, na verdade, uma espécie socialmente complexa, potencialmente comparável ​​aos elefantes, cetáceos e chimpanzés”, afirma a pesquisadora.

 

Os cientistas observam, entretanto, que a complexidade social em uma espécie demanda sistemas de comunicação também complexos, para possibilitar a construção de relações entre os membros de um grupo. Mas os sistemas de comunicação das girafas ainda são mal compreendidos.

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O estudo ainda aponta algumas áreas-chave para serem investigadas mais a fundo em pesquisas futuras – como o papel de adultos mais velhos nos grupos e os benefícios de aptidão que eles podem trazer para a sobrevivência de cada grupo (e da espécie).

O número de girafas existentes diminuiu 40% desde 1985, e a espécie está na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Segundo Muller, reconhecer que as girafas têm um sistema social cooperativo complexo aumentará a compreensão sobre sua ecologia comportamental e vai favorecer a proteção e conservação da espécie.

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