Texto Maria Eduarda Leite
A internet já abocanhou as lojas, os bancos… E agora chegou a vez dos hospitais. Seu médico vai estar acessível em qualquer lugar. É o que se chama de telemedicina – a medicina a distância. Ela já funciona em instituições de pesquisa mais modernas e, em poucos anos, deve se espalhar pelos centros de saúde, para chegar à sua casa logo depois. A ideia é que os médicos possam obter informações sobre pacientes na tela do computador ou do celular, fazer consultas e acompanhamento médico via teleconferência e até colocar robôs para operar pessoas enquanto o cirurgião comanda o procedimento a quilômetros de distância. Veja as principais aplicações:
• Computação gráfica 3D:
Visualizar como o corpo humano funciona por dentro, sem precisar ver sangue de verdade. Em trabalhos como o Homem Virtual (www.projetohomemvirtual.com.br), da USP, dá para ver como funciona a digestão, o ciclo menstrual ou uma cirurgia de prótese de joelho. “Também dá para ver, por exemplo, como um vírus invade uma célula e passa a controlá-la”, conta Chao Lung Wen, professor da disciplina de telemedicina da USP.
• Telehomecare:
Chega a hora da sua consulta. Em vez de sair de casa e ir até o consultório, você liga um computador com webcam ou um smartphone e transmite para o médico os dados mais recentes sobre sua saúde. Isso já é realidade em mais de 30 estados americanos, que oferecem consultas virtuais a seus pacientes. “No Brasil, ainda estamos acordando para isso, mas é uma tendência para os próximos anos”, diz Chao Lung Wen. Acompanhados de longe por médicos e enfermeiros, pacientes podem ter o suporte clínico sem sair de casa.
• Cirurgias robóticas:
Em hospitais brasileiros de grande porte, cirurgias de alta precisão – especialmente neurocirurgias – já são feitas por robôs. Controlados por um cirurgião humano, os aparelhos são mais precisos do que o homem. A telecirurgia robótica, na qual o médico pode estar a quilômetros de distância, já é usada nas Forças Armadas americanas, que têm uma banda de satélite exclusiva para isso. Para os pacientes comuns, porém, a técnica ainda deve demorar cerca de 10 anos. Falta melhorar a conexão e reduzir custos, além de achar soluções para problemas técnicos: o que fazer, por exemplo, se o sinal cair?
+ Arca de Noé
Catalogar em um site todas as 1,8 milhão de espécies já registradas. Essa é a meta da Enciclopédia da Vida (www.eol.org), criada em 2007 pelo sociobiólogo E.O. Wilson. Para reunir tanta informação, um exército de leigos e cientistas trabalha colaborativamente.
+ Eu, robô
Uma das apostas para ampliar o tempo de vida humana são pequenos robôs, menores que uma célula, que serão injetados no corpo humano. Entre suas tarefas estará desobstruir artérias e matar células tomadas pelo câncer. A previsão é do futurista Ray Kurzweil.