Macacadas da ciência
Entendendo como as coisas aconteciam, nos tornamos capazes de criar trens, iluminar as ruas, usar aparelhos para falar com alguém que estava do outro lado do oceano Atlântico.
Leandro Narloch e Tiago Cordeiro, editores
Estudar a natureza já foi divertido. As descobertas científicas eram comemoradas com entusiasmo e nos deixavam tranqüilos e seguros. Entendendo como as coisas aconteciam, nos tornamos capazes de criar trens, iluminar as ruas, usar aparelhos para falar com alguém que estava do outro lado do oceano Atlântico. No fim do século 19, parecia que tudo o que existia no planeta já estava medido e explicado.
Essa vida boa acabou. Hoje, a ciência está tirando uma da cara de todos nós. Faz sinais marotos com a mão e dá risada dos pesquisadores. Suas boas-novas já não nos deixam alegres, mas perplexos. Os cientistas ainda não conseguem entender, por exemplo, como partículas subatômicas podem existir em dois lugares ao mesmo tempo. Einstein nos mostrou que a velocidade da luz prova que o tempo não existe como nós o conhecemos. Se você acompanhou as outras 3 edições da Sapiens, está acostumado com sustos como esses.
Nesta edição, há muitos deles. Um está na reportagem “Infinito: Esse Troço Que Não Acaba”: neste exato momento, podemos estar dentro de um buraco negro. Como mostra a reportagem de capa, nós e os outros animais não somos tão diferentes assim. Outro: quanto mais pesquisamos o planeta Saturno ou os fenômenos climáticos, menos sabemos sobre eles. Até Newton, um dos caras que inventaram a ciência das certezas, tinha uma personalidade inexplicável. Depois de uma longa espera, Sapiens voltou cheia desses desafios. Divirta-se lendo as reportagens a seguir, mas cuidado: o chão que você pisa pode desaparecer a qualquer momento.