Evolução é um conceito cheio de armadilhas, especialmente quando é confundido com “aperfeiçoamento” das espécies. Um bom exemplo é a descoberta do neurologista Robert Williams, da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, que constatou semelhanças do cérebro do gato selvagem espanhol com o cérebro dos primeiros gatos do mestiçados há 3 500 anos no Egito.
Comparados ao gato moderno, ambos tinham de 40% a 50% mais neurônios na região que transmite mensagens entre a retina e o córtex cerebral. E mesmo que as retinas dos animais tenham a mesma área, o gato selvagem apresenta maior densidade de cones – as células que detectam cor –, tornando sua visão mais aguda e melhor durante o dia.
Além disso, o crânio do bichano domestica é duas vezes mais rígido que o do Avô selvagem. Ao que parece o gato moderno está evoluindo, se adaptando a novas condições de vida. Mas isso não exige um cérebro mais complexo na parte visual: ao contrario, conduz à simplificação.