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Motor auxiliar da Voyager I pegou no tranco depois de 37 anos

Truque aumentará a vida útil da nave – que já saiu do Sistema Solar – em mais três anos

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 dez 2017, 15h45 - Publicado em 4 dez 2017, 15h44

Quem nunca? Verão, casa de praia, carro velho enguiçado. Uma galera vai atrás, empurrando, e um corajoso, no banco do motorista, tenta dar a ignição. Depois de umas três suadas tentativas, o motor finalmente liga. É um momento de alívio quase religioso.

Mas já pensou fazer isso com uma nave espacial que está a 21 bilhões de quilômetros da Terra – e desligada há 37 anos? Pois é: uma equipe do laboratório de propulsão da Nasa em Pasadena, na Califórnia, conseguiu acionar um conjunto de motores secundários da Voyager I pela primeira vez desde 1980.

“Graças a esses propulsores, que ainda funcionam depois de 37 anos parados, nós conseguiremos estender a vida útil da nave por mais dois ou três anos”, afirmou em comunicado Suzanne Dodd, gerente de projetos do setor responsável pelo empurrão.

É o seguinte: de tempos em tempos, a Voyager – primeiro e único objeto construído pelo homem que já saiu do perímetro do Sistema Solar – precisa ativar seus motores rapidamente, em pulsos de alguns milissegundos.

Parece pouco, mas no vácuo, sem ar nem atrito, qualquer ventinho conta. Embora o toque seja quase imperceptível, ele é suficiente para corrigir a posição da antena de transmissão e mantê-la apontada para a Terra. Daquela distância, nosso planeta não passa de um pontinho minúsculo nos céus, e toda precisão é pouco se quisermos continuar recebendo os dados enviados pela sonda.

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Em 2014, os engenheiros da Nasa já haviam notado que os propulsores originalmente instalados para essa finalidade estavam desgastados. Foi aí que veio a ideia: entre 1977 e 1980, a Voyager visitou planetas como Júpiter e Saturno. Para passar ao largo dos gigantes, usou outros motores que faziam correções de trajetória bem mais radicais do que as necessárias para a manutenção da antena.  

Eles ainda estavam lá, inativos. Fizeram o serviço bruto e foram desativados. Mas agora podiam fazer a diferença. Para ligá-los novamente, a equipe da Nasa precisou mergulhar em páginas de códigos de computador antigos. Um sinal de teste foi enviado em 28 de novembro. E no dia 29, 19 horas depois, uma antena receptora na Califórnia recebeu o sinal: deu certo. O carro saiu do lugar.

“A equipe da Voyager fica mais animada a cada passo que dá nos testes”, afirmou Todd Barber, especialista em foguetes. “Nós ficamos muito aliviados, felizes e incrédulos ao testemunhar esses propulsores, depois de um descanso tão longo, ligarem como se o tempo não tivesse passado.”

O próximo passo, agora, é ver se a Voyager II reagirá tão bem. Embora esteja mais próxima da Terra – “só” 17 bilhões de quilômetros –, ela também sairá do Sistema Solar eventualmente, e logo poderá se beneficiar do mesmo truque realizado em sua antecessora.

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