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Mudanças climáticas levam a queda em população de baleias, indica estudo

Alterações na Corrente do Golfo bagunçaram o habitat de baleias francas do Atlântico Norte. Em busca de comida, elas entraram no caminho da pesca – e estão trombando com os navios.

Por Luisa Costa
Atualizado em 2 set 2021, 22h19 - Publicado em 2 set 2021, 20h34

As baleias francas do Atlântico Norte quase foram extintas por causa da caça comercial no século 19. Quando a prática foi proibida, a espécie se recuperou aos poucos. Mas, recentemente, em 2017, aconteceu um declínio repentino na população. Um estudo publicado no periódico especializado Oceanography tentou entender por quê – e tudo indica que a culpa é das mudanças climáticas, desencadeadas pela ação humana. 

Os cientistas analisaram o Golfo do Maine, nos EUA, e o litoral da província canadense Nova Escócia. Coletaram dados sobre a presença de plâncton, temperatura da água e outras parâmetros do oceano e, é claro, avistamentos de baleias. 

Esses números indicam que, de 2010 em diante, essas regiões do oceano foram alteradas como nunca antes pelo aquecimento global. O baque é sentido com força pela corrente do Golfo – um fluxo natural do Atlântico que tem origem no Golfo do México e influencia todo o clima da América do Norte e da Europa.  

Houve um aquecimento das águas na região do Golfo do Maine, o que criou um ambiente pouco favorável para a alimentação das baleias – a população de crustáceos, por exemplo, que fazia parte das refeições delas por lá, despencou. E elas, é claro, não reproduzem mais com o mesmo ânimo de antes. 

Por causa disso, as baleias migraram rumo ao norte, até o Golfo de São Lourenço, no Canadá. Mas a espécie também não se viu livre de problemas por lá: no novo habitat, elas não estariam protegidas contra navios e equipamentos de pesca (como estavam no habitat anterior por algumas medidas de conservação).

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As baleias podem se enroscar em cordas usadas na pesca de caranguejos e lagostas, além de colidir com navios. Essas são as principais causas de morte das baleias francas do Atlântico Norte. Com mais perigos e menos sexo, não tem jeito: os nascimentos não estão acompanhando as mortes, e assim se dá o declínio populacional verificado desde 2017.

Existem algumas medidas que são adotadas por autoridades do Canadá e dos EUA para evitar que as baleias encontrem pescadores no Atlântico Norte. As medidas envolvem, por exemplo, restrições de velocidade para navios; pausas nas atividades pesqueiras quando uma baleia é avistada ou enfraquecimento das cordas utilizadas nas armadilhas de pesca.

Mas os cientistas afirmam que a melhor solução para o problema da pesca seria uma mudança tecnológica: a adoção de materiais de pesca sem corda. Algo que dependeria, claro, de políticas públicas forçando o emprego dessas tecnologias alternativas.  

A equipe escreve que o caso das baleias francas é uma advertência para o manejo responsável de espécies protegidas em um oceano em mutação. O meio ambiente já não é tão previsível, por causa do aquecimento global, então as políticas de conservação precisam acompanhar essas mudanças.

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