Não ensine seu cachorro a beber água. Ele sabe o que está fazendo
A lambeção aparentemente desajeitada na realidade é um movimento complexo precisamente cronometrado que leva ao máximo aproveitamento da água
Um novo estudo realizado nos Estados Unidos descobriu que apesar de cães e gatos possuírem bocas estruturalmente parecidas, os animais tomam água de modo bastante diferente. “Antes do estudo que mostra como cachorros e gatos tomam fluidos, a nossa aposta era que eles bebiam da mesma maneira. Mas nós descobrimos que o processo é bem diferente”, diz Sunghwan Jung, um dos dos pesquisadores.
Apesar de o mecanismo ser diferente, os dois animais não enchem as bochechas, como nós, o que impede que ele criem sucção para tomar água. Eles usam a língua para rapidamente levar o líquido até a boca. Além disso, outro fator em comum: a língua de ambos se move tão rapidamente que não dá nem para entender a olho nu.
O movimento dos cachorros é ainda mais acelerado: eles mergulham a língua dentro da água, curvando-a para baixo em direção às mandíbulas inferiores. Rapidamente ela é retraída e uma coluna de água é formada, sendo levada até a boca do animal. O pulo do gato – ou do cachorro, no caso -, é a curvatura formada na parte de baixo da língua, que forma uma pequena concha de água. Esse “restinho” faz toda a diferença: o líquido é lançado para os dois lados da boca do cão, o que, segundo a pesquisa, otimiza a absorção. Assim parece difícil de entender, mas no vídeo abaixo é possível ver como funciona na prática.
Os gatos, por outro lado, quase não tocam a superfície da água com a língua. Ela é levada de volta para a boca com uma coluna de água aderida, sem a concha. “Gatos tendem a ser mais elegantes e cachorros mais bagunceiros. Mas eles realmente precisam acelerar a língua para explorar a dinâmica dos fluidos da coluna de água”, explica Sean Gart, outro pesquisador.