O laser é um feixe de muitos raios de luz perfeitamente emparelhados, o que só dá para fazer porque a luz é uma onda. Uma lanterna comum lança raios desordenados. Por isso sua luz se espalha e se dissolve na distância. O feixe do raio laser, não: ele vai compacto como um pelotão em marcha. Será possível repetir o truque com átomos? Até o ano passado, não era. Mas em janeiro o primeiro feixe de ondas de matéria foi criado pelo físico Wolfgang Ketterle, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos (MIT). Ele finalmente confirmou na prática uma previsão teórica feita há oitenta anos pelo alemão Albert Einstein, descobridor também do laser de luz. Ketterle levou em conta que os átomos só se desmancham e assumem a forma de uma onda em situações muito especiais. Na experiência, ele forçou essa transformação resfriando o material até 1 milionésimo de grau Celsius acima do zero absoluto, medido a menos 273 graus Celsius.
O brilho dos átomos
Esta é a cara do feixe de laser atômico.
Os arcos coloridos ao lado são pulsos de ondas atômicas. Cada um contém vários milhões de átomos de berílio ultracongelados. Para você ter uma idéia do tamanho deles, o arco maior mede apenas 1,1 milímetro de uma extremidade a outra.