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Novo mapa torna Antártida o continente mais bem detalhado do planeta

Até pouco tempo, tínhamos mapas de Marte mais detalhados do que da Antártida. Agora, um mapa de 150 terabytes traz o continente gelado em HD para sua casa

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 11 set 2018, 15h49 - Publicado em 10 set 2018, 18h58
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  • Talvez você nunca vá a Antártida. Mas nem a distância enorme que separa você do continente pode impedir que a beleza gelada dele chegue até aqui. A Antártida existe, agora, em HD, para o mundo inteiro ver. Melhor retratada e mais rica em detalhes do que qualquer outro continente.

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    Tudo isso graças ao mapa chamado Modelo de Referência de Elevação da Antártida (REMA). O projeto foi desenvolvido numa parceria entre cientistas da Universidade de Ohio e Universidade de Minnesota. Mas ele nasceu de um grande problema. “Até agora, tínhamos mapas de Marte melhores do que os da Antártida”, disse Ian Howat, líder do mapeamento. Felizmente, com a conclusão do REMA, tudo mudou. “Agora é o continente mais bem mapeado da Terra”.

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    O mapa possui uma resolução 100 vezes mais nítida do que as representações anteriores, fornecendo um retrato preciso de 98% da massa terrestre da Antártida. A margem de erro é mínima: fica entre 2 e 8 metros. Um nível de exatidão absurdo.

    Esse rigor todo só não se aplica a 2% da área da Antártida. É que essa área corresponde ao “ponto cego” – uma região bem próxima ao ponto extremo do Polo Sul, que não é coberta por satélites ainda.

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    Fora esse pedacinho, localizado na latitude de 88 graus ao sul, tudo foi mapeado graças aos dados vários satélites em órbita polar. Para conseguir visualizar os resíduos congelados, os cientistas precisaram de autorização da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, que faz parte do Departamento de Defesa dos EUA, que era “dona” oficial das imagens.

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    Mesmo com as fotografias licenciadas, o processo de análise não foi fácil. Pense em quantos gigabytes as suas fotos do celular ocupam. Agora imagine o que é processar imagens pesadíssimas fotografadas com o maior nível de detalhe possível, por algumas das “máquinas fotográficas” mais poderosas do mundo, que passam o tempo todo dando a volta na Terra. Um dos supercomputadores mais poderosos do planeta era um dos únicos candidatos capazes de dar conta da tarefa.

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    Ao todo, o mapa concentra cerca de 150 terabytes só com imagens do continente gelado. Você consegue ver em detalhes neste link.

    (Ohio State University/Reprodução)

    SOS Antártida

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    O mais importante disso tudo é o que a ciência alcança com imagens tão perfeitas do continente: os pesquisadores, agora, conseguirão monitorar melhor os efeitos das mudanças climáticas – que já atingem fortemente o continente.

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    A Antártida é um dos lugares mais isolados e inóspitos da Terra. Atualmente, missões do mundo inteiro (inclusive a brasileira PROANTAR, que está sofrendo com a falta de verba) possuem explorações científicas por lá. Mas o afastamento do continente dificulta o monitoramento das mudanças nas flutuações dos níveis de gelo e água.

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    Graças ao aumento das temperaturas, as mudanças sazonais na Antártida estão se tornando mais severas. Desde 1992, mais de 3 trilhões de toneladas de gelo da Antártida derreteram. Para ter uma ideia, isso equivale a quase 1 quatrilhão (15 zeros!) de galões de água de 20 litros. E esse montão de água foi adicionado aos oceanos do mundo, tornando as placas de gelo da Antártida um dos maiores contribuintes para o aumento do nível do mar.

    Mas agora isso tudo pode ser acompanhado de perto. O novo mapa possui um superzoom tão poderoso que é possível discernir objetos do tamanho de um carro – e até coisas menores em algumas áreas. Os dados são tão completos que os cientistas sabem a altura de todos as formações geográficas do continente.

    Observar a queda de neve, o crescimento do gelo e a taxa de derretimento e fissuras poderá mudar os rumos do monitoramento da Antártida. Com o REMA (e se seus 150 terabytes) será possível observar os icebergs se formando, as geleiras se movendo e até fratura de cascas de gelo dentro de um intervalo de tempo de três semanas. Comparado com o ritmo atual, vamos assistir (e rastrear) as mudanças praticamente ao vivo.

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