O psicólogo Denis Pelli, da Universidade de Nova York, misturou ciência com arte e mostrou que existe uma distância ideal para se observar e identificar um objeto. Ele usou os quadros do artista plástico Chuck Close em sua pesquisa. Os rostos pintados por Chuck são compostos de quadradinhos que, de perto, formam uma maçaroca colorida. A figura inteira só é compreendida de longe. Pelli mediu exatamente quanto o observador tem de se afastar. Se os quadradinhos têm 4 milímetros, devem ser observados a 40 centímetros. Se têm 2 centímetros, é preciso olhar o quadro a 2 metros. Sempre numa proposção de 100 vezes. A descoberta de Pelli derruba a antiga crença de que basta ver a forma de um objeto para reconhecê-lo, não importando seu tamanho. Tinha lógica. Afinal, uma letra A é sempre a mesma, seja num cartaz de rua ou numa bula de remédio, certo?
Só que, se você vê um A muito ampliado, aparece um monte de pontinhos. O que Pelli demonstrou foi que o tamanho da imagem do objeto que se forma na retina do observador é, sim, importante. E isso não depende das dimensões do objeto, mas da distância entre o olho e o objeto.
Ponto de vista
Para interpretar corretamente uma imagem, é preciso estar à distância certa do objeto olhado.
Peça para alguém afastar lentamente a revista de você, até uma distância de uns 2 ou 3 metros. Repare como o rosto do quadro ao lado fica cada vez mais nítido. Visto de muito perto, porém, um detalhe do mosaico perde o significado.