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O cardápio dos dinossauros: a verdadeira dieta de “monstrão”

Cientistas reconstruíram a cadeia alimentar dos dinos – para entender como seus banquetes carnívoros não matavam outras espécies de fome

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 abr 2018, 15h08

Você pode comer carne e falar mal dos vegetarianos. Ou ser vegano e reclamar de quem come carne. Mas a verdade é que, na natureza, um equilíbrio entre carnívoros e herbívoros tende a ser vantajoso. Com menos gente competindo por comida, a chance de mais espécies sobreviverem é maior.

Nada mais distante da realidade no tempo dos dinossauros. O ambiente deles era dominado por predadores gigantes, e um número relativamente pequeno de herbívoros. Na vida selvagem, não adianta colocar água no feijão. Então fica a pergunta: como é que tanto monstro se alimentava ao mesmo tempo?

Para descobrir a resposta, um grupo de pesquisadores foi ao Marrocos e ao Níger procurar fósseis dos grandes predadores do passado. As espécies, que viveram de 100 a 120 milhões atrás, viviam em locais especialmente desequilibrados na quantidade de dinos carnívoros vs. herbívoros – e, portanto, eram candidatas ideais para explicar como eles mantinham seus cardápios com tanta competição.

Em fóssil dado, se olha os dentes

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A evidência principal estava no cálcio. Principal componente dos ossos, o elemento era absorvido pelos dinos (e por você!) por meio da alimentação. E aí é que estava o truque científico: existem várias variantes do cálcio, chamadas de isótopos.

Quando você descobre, por exemplo, que o isótopo X ou Y é presente em maior proporção, tanto no dinossauro (predador) como em uma série de peixes da época (presas), você pode supôr, com bastante confiança, que aquele bicho tinha uma dieta psívora.

Nos fósseis, era possível identificar o cálcio no esmalte dos dentes dos dinossauros e nas espinhas fossilizadas dos peixes – dessa forma, o isótopo funciona como um carimbo, que deixa sua marca tanto no cardápio quanto no comilão.

“Acordo” de não-competição

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Com todos esses dados reunidos, as preferências alimentares começaram a aparecer. Os Abelisaurídeos, por exemplo, eram monstrões cujo prato favorito eram dinossauros herbívoros menores e terrestres.

A mesma coisa com os Carcaodontosaurídeos – família que inclui o Gigantossauro, um dos maiores carnívoros que já existiu. Sem dúvida, estavam entre os mais adaptados para a caça: seu próprio nome significa “dinossauros com dentes de tubarão”.

O Espinossauro já é um exemplo de bicho que gerava menos conflito com seus pares. Eles dividiam seus isótopos de cálcio com uma série de peixes – sinal de que eram psívoros mesmo antes do Ômega-3 entrar na moda.

Quem tinha a dieta mais diversificada era o gênero Sarcosuchus, do qual fez parte o Crocodilo Imperador. Sua anatomia, com a mandíbula forte e ágil, era ideal tanto para presas aquáticas como para os dinossauros menores que se aproximavam para beber água.

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A conclusão dos pesquisadores é que as cadeias alimentares dos carnívoros gigantes tinham menos pontos de contato do que se imaginava – portanto, o número de dinossauros que competia pelo mesmo tipo de presa era reduzido, ao menos entre os predadores mais poderosos. Ou seja: só uma ou outra iguaria precisava ser dividida por espécies de fortões diferentes. Ainda que todo mundo comesse carne, cada um preferia um tipo. E, assim, sobrou rodízio para todo mundo (pelo menos até a chegada do asteroide).

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