O espanta-tubarões
Recife monta um escudo high tech para evitar ataques aos banhistas neste verão
Lorena Verli
As praias pernambucanas são lindas – e perigosas. Foi o que mostrou um levantamento feito pela Universidade da Flórida: segundo a pesquisa, Recife é o 5o lugar onde há mais ataques de tubarão no mundo (o campeão é a própria Flórida). Para combater esse problema, a Universidade Federal de Pernambuco criou um sistema de defesa de R$ 350 mil, que já está em ação e usa uma série de tecnologias para detectar os bichos antes que cheguem à praia (veja no infográfico abaixo). Todas as sextas-feiras, um barco vai para o mar em busca de tubarões.
Uma equipe de 7 pessoas navega durante 5 dias esperando os bichos. O barco solta redes especiais, que dificultam a passagem dos tubarões. Os animais que mesmo assim tentam passar por elas são capturados, marcados com uma série de dispositivos eletrônicos para que possam ser rastreados, e depois soltos bem longe, a 20 quilômetros da praia. “Os seres humanos e os tubarões podem conviver em paz”, acredita Fabio Hazin, diretor do projeto.
Linhas, anzóis e gadgets são as armas contra os tubarões
1. A armadilha
Uma linha com cerca de 8 quilômetros é lançada de 1 a 2 quilômetros da praia. Outras 26 linhas menores, com 8 metros, são espalhadas entre 200 e 800 metros da praia.
2. Os chips
Quando um tubarão toma uma atitude agressiva, como morder a linha, é capturado e examinado pelos cientistas, que avaliam sua idade, sexo, tamanho e comportamento. Antes de ser liberado em alto-mar, ele é chipado (veja abaixo).
3. O alerta
Uma rede de 20 receptores instalados na praia detecta a eventual aproximação de tubarões, para que os pesquisadores possam avisar os banhistas. Uma falha é que, por enquanto, o sistema não alerta em tempo real (os cientistas têm de ir até cada sensor para coletar os dados).
4. E, se nada disso der certo…
Cientistas estão desenvolvendo gadgets que prometem repelir os tubarões. O mais eficaz é um ímã, que pode ser levado no bolso e emite um campo magnético que perturba a ampola de Lorenzini, órgão que o animal usa para se orientar. Ele fica desnorteado e foge.
• A segunda marca é um aparelho que emite sinais sonoros debaixo d’água, como se fosse um sonar.
• Os tubarões considerados mais perigosos também recebem um rastreador via satélite. Ele é programado para se soltar em 6 meses – quando vêm à tona e transmite os dados.