Segundo uma lei natural da evolução, quanto maior (ou mais pesado) for o cérebro de um animal, maior seu corpo. É que, para manter um cérebro grande funcionando, é preciso um corpo também grande, capaz de absorver bastante energia. Só que, no homem, o cérebro é três vezes maior que o dos nossos ancestrais de 3 milhões de anos atrás, enquanto o corpo nem chegou a duplicar de tamanho. Então, de onde vem a energia necessária para estabelecer as ligações entre bilhões de neurônios?
O antropólogo Leslie Aiello, da Universidade College London, comparou o organismo humano com o dos chimpanzés. E verificou que, nos dois casos, 70% da energia adquirida dos alimentos é consumida por cérebro, coração, fígado, rins e intestinos. Mas o cérebro dos chimpanzés pesa um terço do cérebro do homem, enquanto os intestinos pesam mais que o dobro. Conclusão: o homem faz uma contenção no consumo de energia pelos intestinos.
Para cada cabeça, um peso
Os órgãos dos animais variam em proporção, conforme a necessidade de cada um.
O homem
Comparado com o tamanho total do corpo, o cérebro do homem é o maior entre os animais nascidos de placenta. Para pensar, ele retira energia dos intestinos, que são pequenos.
O chimpanzé
O cérebro do macaco pesa cerca de um terço do cérebro humano. A maior parte da energia que ele extrai dos alimentos é absorvida pelos intestinos, que são duas vezes maiores que os nossos.
A ave
Nos pássaros, o cérebro é pequeno e o intestino também, em relação ao tamanho total da ave. Mas o coração é enorme. Ali é consumida a maior parte da energia, para voar.