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O LHC sob sabotagem do futuro

Vazamento de gás, Al Qaeda e até passarinho já entraram no caminho do maior acelerador de partículas do mundo. Pode não ser simplesmente azar

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 15 abr 2011, 22h00

Holger Bech Nielsen

Se tudo der certo, o LHC (Large Hadron Collider), maior acelerador de partículas do mundo, voltará à ativa em 2010. O objetivo dessa máquina impressionante é explorar as leis da física e encontrar partículas como o chamado bóson de Higgs, que teoricamente nos dá massa e permite que você e as estrelas, por exemplo, existam. Os cientistas estão empolgados com os testes. No entanto, é possível que uma força impeça que eles sejam realizados. E não seria a primeira vez que isso aconteceria.

Em outubro de 2008, o LHC parou de funcionar poucos dias após ser ligado, por causa de um vazamento de gás hélio. Um ano depois, outro acidente de percurso, menor: um cientista do LHC foi preso, acusado de ser ligado à Al Qaeda. E, em novembro, um pássaro derrubou um pedaço de pão sobre o equipamento externo do LHC, cortando a energia no acelerador. Não que o azar seja privilégio do LHC. Em 1993, um acelerador ainda maior foi fechado nos EUA, quando faltava pouco para que ele entrasse em operação (o motivo teria sido o alto custo para o governo). Pode parecer acaso, e até ser mesmo no caso da Al Qaeda e do passarinho. Mas tantos problemas com o estudo do bóson de Higgs parecem, a mim e a Masao Ninomiya – pesquisador do Instituto Yukawa de Física Teórica, no Japão – uma sabotagem. Realizada pelo futuro.

Nossa teoria é a seguinte: pelo melhor modelo que temos hoje na física, o bóson de Higgs existe, apesar de nunca ter sido fisicamente encontrado. Eu e Ninomiya acreditamos que a quantidade dessas partículas precisa ser pequena para que o Universo funcione como hoje. E que, justamente por isso, qualquer produção de partículas extras deverá encontrar algum obstáculo. É como se existisse uma força governante – como um Deus, mas não na forma religiosa do termo – que trabalha para evitar que a superpopulação de Higgs tire o Universo de sua ordem.

Por essa lógica, a produção de Higgs seria uma aberração tão grande na natureza que causaria consequências não só no tempo presente, mas também no passado – gerando ondas de força rumo ao evento que teria criado a desordem do Universo. Ou seja: com o objetivo de boicotar o funcionamento do acelerador.

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Os argumentos contra essa tese são o de que outro acelerador, nos EUA, teria produzido milhares de bósons de Higgs. E o de que essas partículas seriam naturalmente criadas na atmosfera. No entanto, é possível que o total de partículas produzidas nos EUA não seja suficiente para perturbar o Universo. E a ciência ainda sabe pouco demais sobre o bóson de Higgs na atmosfera para considerarmos o argumento.

Se o LHC funcionar, será um grande passo para a ciência. Mas seu fracasso poderá confirmar nossa tese, que é apenas uma ideia teórica, mas plenamente possível. Acompanharemos – fiquem de olho também.

“A produção das partículas de Higgs seria uma aberração tão grande na natureza que causaria consequências não só no presente, mas também no passado – gerando ondas de força rumo ao evento que teria criado a desordem do Universo.”

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(*) Holger Bech Nielsen, considerado um dos pais da Teoria das Cordas, é professor do Instituto Niels Bohr (centro de pesquisa de física da Universidade de Copenhague).

Os artigos aqui publicados não representam a opinião da SUPER.

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