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O número de crianças não vacinadas quadruplicou desde 2001

O estudo, que analisa a situação das vacinas nos EUA, afirma que ao menos 100 mil crianças foram afetadas

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 18 out 2018, 14h06 - Publicado em 15 out 2018, 17h04

Em 1904, no Rio de Janeiro, ocorreu um motim popular conhecido como “Revolta da Vacina”. Talvez você lembre das aulas de história do colégio: a campanha de vacinação obrigatória, posta em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz, causou uma grande desconfiança na população — que já estava insatisfeita com as medidas impopulares (como a demolição de cortiços e favelas) do governo Rodrigues Alves. Nesse contexto, parte da população se negou a tomar as vacinas.

A população não entendia o que era vacina, não foi informada e tinha muitos motivos para acreditar que o governo realmente queria lhe fazer mal. A desinformação, no entanto, passou. Hoje é praticamente unânime a noção de que a vacinação erradicou doenças antes fatais, como varíola. Vacinar virou regra. Mas, acontecimentos recentes mostram preocupantes quebra dessa regra.

Quem está chamando atenção para o fato é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Segundo ele, o número de crianças que não receberam vacinas para doenças que podem ser evitadas através da vacinação (como cachumba e sarampo, por exemplo) quadruplicou desde 2001, em solo americano. Na prática, isso corresponde a cerca de 100.000 indivíduos.

Usando dados do National Immunisation Survey-Child, o relatório mostrou que a porcentagem de crianças sem vacinação básica aos 2 anos de idade aumentou de 0,9%, em 2011, para 1,3%, em 2015. Em 2001, esse número era de apenas 0,3%. A pesquisa constatou que as vacinas menos aplicadas eram contra Hepatite A e rotavírus.

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1,3% pode parecer pouco, mas o aumento de 1% em menos de 15 anos é algo bem significativo. A Dra. Amanda Cohn, consultora sênior de vacinas do CDC, disse que as razões para este aumento podem ser diferentes: “Alguns pais querem vacinar e não tem acesso a um profissional de saúde, mas outros optam por não vacinar o filho”.

E essa parcela que escolhe não submeter seus filhos a vacinas tem crescido nos últimos anos. O movimento “antivacina” teve seu primeiro argumento “forte” em 1998, quando uma pesquisa publicada pela revista científica “The Lancet” dizia que que a Vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) desencadearia o autismo.  O artigo foi desmascarado quando outros cientistas fizeram novos estudos e confirmaram que a correlação era falsa. O britânico Andrew Wakefield, autor do artigo, perdeu seu registro de médico e a publicação foi tirada de circulação. Mas daí veio a faísca do movimento.

Hoje essa crença cresce e já mostra resultados alarmantes: em agosto do ano passado, um surto de Sarampo na Itália registrou 4 mil casos — e 86% dos afetados não haviam se vacinado. Na década de 90, essa doença matou mais de 2 milhões de pessoas — e ela voltou a aparecer no Brasil, depois de ter sido oficialmente erradicada do país em 2016.

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