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O super-reator

A primeira usina a fusão nuclear promete energia limpa e barata. Pena que seja para daqui a 50 anos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 30 set 2005, 22h00

Fábio de Castro

É possível colocar um sol na Terra? O Reator Termonuclear Internacional Experimental (mais conhecido pela sigla em inglês ITER) quer mostrar que sim. A idéia é gerar calor da mesma forma que as estrelas e ser o primeiro passo rumo ao velho (e ainda distante) sonho de obter energia barata, limpa e abundante.

É um belo primeiro passo. “Nas estrelas, os núcleos dos átomos se fundem e geram enorme quantidade de energia. O ITER quer imitar esse processo”, diz o físico Álvaro Vannucci, da USP. Os cientistas colocarão hidrogênio em uma câmara de pressão baixa e temperatura alta o suficiente para transformá-lo em plasma, um estado da matéria em que os átomos viram uma sopa de partículas magnetizadas. Eles então usarão ímãs ao redor para fazer com que os átomos se juntem. Não é fácil: para chegar lá, é preciso criar nada menos do que o maior campo magnético que a humanidade já produziu.

Nas atuais usinas nucleares, o átomo é feito em pedaços para liberar muita energia e, infelizmente, lixo atômico que persiste por milênios. O ITER irá gerar apenas gás hélio (aquele usado em balões infantis) e material radioativo que se decompõe em poucas décadas. Já existem reatores como esse, mas não no tamanho equivalente ao de uma usina, como o ITER. Espera-se que um dia ele consiga produzir em média 5 vezes mais energia do que consome. “Os objetivos só deverão ser atingidos daqui a 50 anos”, diz Vannucci. Ainda bem que já estamos começando.

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O ITER em números

• Terá o tamanho de um prédio de 10 andares.

• Os átomos serão aquecidos a cerca de 100 milhões de graus Célsius.

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• A primeira operação está marcada para 2016 .

• O custo está estimado em 13 bilhões de dólares.

• É uma colaboração entre 30 países (EUA, Rússia, Japão, China, Coréia do Sul e mais os 25 membros da União Européia).

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• Dois outros países (Brasil e Índia) estudam o ingresso no projeto.

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