Edward Pimenta Jr.
Se um mísero fiapo de sua cabeleira cair nas mãos dos pesquisadores da Universidade de Reading, no Reino Unido, seus segredos vão por água abaixo. Eles saberão rastrear seus passos nas últimas semanas e dizer o que você consumiu apenas fazendo a análise química do cabelo. A técnica é medir nos fios a quantidade de cada isótopo – que são variações mais ou menos pesadas de cada átomo – de oxigênio e hidrogênio. A água de cada região tem uma concentração típica de cada isótopo e, quando a bebemos, deixa uma espécie de assinatura nos tecidos do corpo humano. “O cabelo é bom porque cresce mais ou menos um centímetro por mês e, por isso, pode revelar não só onde você esteve, como também o que andou bebendo e comendo”, diz o pesquisador Stuart Black. Espera-se que a nova tecnologia ajude nas investigações da polícia e dos oficiais da imigração. O método não indica um endereço exato, mas dá uma boa noção da região em que o sujeito vive, o que já é bem útil. Ele só tem um defeito: qualquer garrafinha de água importada pode jogar o método por água abaixo.