Um estudo feito com 200 mil galáxias, do Observatório Europeu do Sul, mostrou que a energia produzida nessa seção do universo era duas vezes maior há 2 bilhões de anos em comparação aos dias de hoje. A conclusão dos cientistas é que o universo está se apagando.
Isso é algo que já se sabia desde os anos 90, mas essa pesquisa mais ampla, usando vários dos telescópios mais potentes da Terra, fez observações em vários espectros da luz – antes não estudados. É uma sólida confirmação da tese. “O universo deve declinar daqui em diante, entrando lentamente na velhice. O universo basicamente sentou no sofá, puxou uma manta e está prestes a entrar num cochilo eterno”, afirma o astrônomo australiano Simon Driver, que participou do estudo.
Mas não é o caso de se desesperar. Esse “cochilo” deve levar muitos bilhões de anos – quantos exatamente, ainda não é consenso, mas possivelmente mais do que os quase 14 que viveu até agora. A descoberta está mais para o primeiro tufo de cabelos brancos do que para primeiro ataque cardíaco.
Muito antes disso, em cerca de um bilhão de anos, o Sol deve estar 10% mais luminoso, fazendo os oceanos evaporarem. Se, de alguma forma sobrevivermos a isso, daqui a 7 bilhões de anos ele deve se tornar uma gigante bola vermelha e engolir tudo até Júpiter. E, é claro, temos ameaças muito mais imediatas, vindas de nós mesmos.
Em todo caso, um bilhão de anos não está mal. Há um bilhão de anos, nem havia vida multicelular na Terra. É como se o médico dissesse: “Eu lamento muito, mas você tem no máximo 10 mil anos de vida”.
Fonte:
Charting the Slow Death of the Universe, European Southern Observatory.