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Os cristais “mágicos” que os Vikings usaram para chegar à América

Sem bússola, os marinheiros nórdicos traçavam suas rotas usando cristais para descobrir a posição do Sol no céu mesmo em dias nublados. A precisão? 92%

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 out 2020, 14h45 - Publicado em 9 abr 2018, 16h33

Que os Vikings chegaram à América muito antes da esquadra de Colombo, ninguém mais duvida: há indícios arqueológicos da presença nórdica no litoral do Canadá e na Groenlândia em plena Idade Média. A questão é outra: como é que pode eles terem atravessado o pedaço mais gelado e nublado do Atlântico sem bússola magnética nem GPS?

Uma teoria bem difundida é a de que os marinheiros noruegueses usavam cristais de calcita (essas pedras aqui, comuns em museus de história natural) para observar a luz difusa que vem por detrás das nuvens em dias de céu nublado – um truque ótico capaz de revelar a posição do Sol mesmo quando o astro está escondido [entenda melhor abaixo]. Os tais cristais de navegação aparecem em sagas literárias sob o nome de “pedras solares”, mas sua eficiência, até agora, era considerada tão mítica quanto Odin. Ninguém havia feito o teste.

Para tirar a prova, o físico húngaro Dénes Száz usou um programa de computador para simular 3,6 mil viagens marítimas de três semanas entre o litoral da Noruega e a Groenlândia, em diferentes épocas do ano e com o clima indo de mal a pior. E descobriu que, analisando a polarização da luz solar por meio de cristais como calcitas ou turmalinas a cada três horas, os Vikings conseguiriam traçar rotas corretas em 92% dos casos – uma taxa de sucesso notável.

Grosso modo, a polarização é o que ocorre quando raios de luz que antes estavam se dispersando em direções aleatórias – como os que vêm do Sol – passam por algum filtro transparente que arruma a bagunça – como a atmosfera terrestre. Desse ponto em diante, eles passam a se propagar paralelos entre si e no mesmo plano, como carros rodando em faixas diferentes de uma mesma avenida.

De acordo com o The New York Times, animais como as formigas são capazes de observar os anéis concêntricos de luz polarizada que se formam no céu, em torno do Sol, em dias nublados. Os seres humanos, por outro lado, não ganharam esse presentinho da seleção natural. E era essa a função dos cristais. Quando a luz polarizada pela atmosfera passa pelo cristal, ele se divide em dois raios com brilho ligeiramente diferentes. E a diferença entre eles denuncia a posição do Sol mesmo para quem não é formiga.

“Ninguém sabe se os Vikings realmente usaram esse método”, afirma o artigo científico. “Se usaram, porém, eles navegaram com segurança (…) Isso explica como eles puderam dominar o Atlântico por 300 anos.” Os próprios pesquisadores, porém, admitem que ainda são necessárias simulações mais realistas para descobrir se erros sutis nas medições poderiam ter um impacto muito grande nas rotas mais longas.

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