Enxergar as órbitas dos elétrons em torno dos núcleos atômicos sempre foi um desafio intransponível. O motivo é o tamanho desses pedacinhos de matéria, mais de 1 milhão de vezes menores do que 1 milímetro. A primeira imagem desse tipo foi anunciada no mês passado pelo físico J.M. Zuo e sua equipe, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Ele passou três anos projetando um feixe de raios X sobre moléculas de óxido de cobre, compostas, cada uma, por dois átomos de oxigênio e um cobre. Afinal, conseguiu uma boa chapa mostrando o movimento dos elétrons em torno dos núcleos do cobre. Não é pouca coisa, já que é esse corre-corre que mantém os átomos presos uns aos outros. “Agora podemos mostrar diretamente como se formam as moléculas e os cristais, que é uma das questões mais fundamentais em ciência”, declarou Zuo à SUPER. O seu método, daqui para a frente, poderá ser o primeiro passo para manipular as ligações químicas em muitos materiais e com isso alterar as suas propriedades para melhor. Uma festa para as empresas que desenvolvem produtos de alta tecnologia e também para nós, os consumidores.
Átomos em exposição
Veja como os elétrons giram em volta do núcleo.
1. Este é um átomo de cobre. Os volumes coloridos são o rastro deixados pelos elétrons. Eles são rápidos demais para serem vistos individualmente.
2. Esta mancha azul é criada por elétrons mais afastados do núcleo atômico (escondido sob os elétrons).
3. Na região vermelha correm elétrons mais próximos do núcleo.
4. Nas quinas do cubo, ficam átomos de oxigênio, que não apareceram nesta imagem.