Afêmea da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) é fecundada por vários machos. O último deles é o mais beneficiado: será o pai do maior número de mosquinhas. Os cientistas agora sabem que são duas as causas disso. O esperma do primeiro parceiro é acumulado pela fêmea em um reservatório, onde pode ficar armazenado por semanas. O esperma do macho seguinte empurra o do primeiro mais para o fundo do depósito, dificultando o seu acesso ao óvulo, e assim sucessivamente. No experimento realizado pelos pesquisadores da Universidade de Chicago, a fêmea recebeu o material de dois machos. O segundo acabou se tornando o pai de 80% das novas mosquinhas. Mas o empurra-empurra não é o único responsável. O fluido seminal, líquido no qual os espermatozóides nadam, é tóxico. Com o tempo, os mata. Assim, o último macho a cruzar com a fêmea é o mais habilitado à fecundação. O estudo concluiu que os dois processos são igualmente importantes. “Ainda temos muito a aprender sobre esse processo, comum entre pássaros e insetos”, disse à SUPER Catherine Price, uma das autoras do estudo. “Um dos pontos mais importantes é descobrir por que o último macho leva vantagem sobre o primeiro.”
Rastreamento fluorescente
Para acompanhar os movimentos dos espermatozóides de dois parceiros sexuais de uma drosófila fêmea, os cientistas colocaram moléculas fluorescentes num deles. O que se tenta saber é por que os que chegam por último geram mais filhotes.