Para viver no Mar Morto basta uma pitada da proteína certa
Bactéria sobrevive em ambiente supersalgado graças a um truque bioquímico.
Haloarcula marismortui é uma expressão em latim. Significa, mais ou menos, “bactéria do Mar Morto, em forma de caixa, que gosta de sal”. Por isso virou nome de um dos poucos organismos que sobrevivem no mar mais salgado do mundo, entre Israel e Jordânia. É uma bactéria, e só não é destruída porque recebe proteção de uma versão especial da proteína ferridoxina, descobriram biólogos da Universidade de Case Western Reserve, no Canadá, da Universidade de Telavive e do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel. Em outros seres, inclusive no homem, a ferridoxina não tem problema para se dissolver na água. Mas, na marismortui, por causa do ambiente supersaturado de sal, a proteína consegue se dissolver porque contém duas substâncias terrivelmente “sedentas”, isto é, com imenso poder de agarrar moléculas de água. Elas “filtram” o sal para a ferridoxina funcionar. “Um dia, vamos usar esse truque bioquímico para tratar a água dos esgotos”, falou à SUPER mena chem Shoham, da equipe de pesquisadores.