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Pedra alienígena encontrada no Egito intriga cientistas

Estudo traz informações inéditas -e abre novas dúvidas- sobre a composição e as origens de rocha misteriosa

Por Victor Caputo, de Exame.com
Atualizado em 11 jan 2018, 12h52 - Publicado em 11 jan 2018, 12h46

Quanto mais os cientistas sabem sobre um fragmento de pedra encontrado no Egito em 1996, mais perguntas aparecem. Uma pesquisa publicada nesta semana traz informações novas sobre essa pedra cercada de mistérios.

Encontrada em 1996, a pedra Hypatia pode ser tão (ou mais) antiga quanto o próprio Sistema Solar. Batizada em homenagem à Hipácia de Alexandria, uma astrônoma e matemática egípcia, a pedra é extremamente dura e sobreviveu aos efeitos do tempo graças a isso. A nova pesquisa, publicada no periódico científico Geochimica et Cosmochimica Acta, analisou os elementos químicos que formam a pedra.

Segundo os pesquisadores, fragmentos de meteoritos costumam ter grandes concentrações de silício e baixas concentrações de carbono. A pedra Hypatia é completamente diferente disso, com alta concentração de carbono e a pouco usual concentração baixa de silício.

“Ainda mais incomum, a matriz contém grande quantidade de um composto de carbono muito específico”, diz o professor Jan Kramers, líder da pesquisa. Esse carbono é o hidrocarboneto aromático policíclico (PAH, em inglês), que está presente em poeira estelar.

Ao cair na Terra, por conta do impacto, acreditam os pesquisadores, parte desse carbono foi transformado em diamantes extremamente pequenos, o que conferiu grande dureza à pedra. Por conta disso, o material teria sobrevivido aos efeitos de erosão ao longo do tempo.

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Mas as surpresas não pararam por aí. Os cientistas encontraram também alumínio em forma pura na rocha. “Essa ocorrência é extremamente rara na Terra e no Sistema Solar”, afirma o pesquisador Georgy Belyanin, que participou da pesquisa.

Perguntas

A análise da pedra trouxe respostas—mas acompanhadas de novas perguntas.

A pedra Hypatia mostra concentrações de carbono e silício bem diferentes daquelas usuais na formação de planetas rochosos (como a Terra) ou em meteoritos.

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Uma hipótese para explicar esse fato é que a pedra é fragmento de um corpo maior que foi formado antes mesmo do que o Sistema Solar.

Caso a pedra não seja tão antiga, ela pode trazer mudanças na teoria da formação do nosso sistema. Atualmente, cientistas acreditam que o Sistema Solar nasceu de uma gigantesca nuvem de poeira estelar.

A concentração divergente de elementos indicaria, caso a pedra tenha sido formada junto ou após o nosso sistema, que essa nuvem de poeira cósmica tinha composições variada a depender da região.

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O pesquisador Kramers afirma que os próximos passos são compreender onde a pedra se formou. Alguns indícios apontam para uma região fria do sistema solar.

“Quando se descobriu que a Hypatia era extraterrestes, foi uma sensação, mas esses últimos resultados estão abrindo questões ainda maiores sobre a sua origem”, diz o cientista Marco Andreoli, membro do estudo.

Conteúdo originalmente publicado em Exame.com

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