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Pesquisa diz que alimentar bebês com sólidos precocemente traz benefícios

Contrariando indicações da OMS, bebês alimentados com sólidos a partir dos três meses desenvolveram menos alergia e melhor sono

Por Felipe Sali
Atualizado em 12 jul 2018, 12h32 - Publicado em 12 jul 2018, 12h26

A regra é clara: o ideal é alimentar bebês exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e só depois introduzir alguns alimentos pastosos, certo? Bem, há quem discorde. Um estudo financiado pela Food Standards Agency (agência de segurança alimentar britânica), recém-publicado no periódico JAMA Pediatrics, mostrou que ingerir alimentos sólidos depois dos três meses de idade, como um complemento ao leite materno, é benéfico para a saúde.

Para chegar à essa conclusão, os cientistas observaram mais de 1300 crianças saudáveis durante três anos. Um grupo foi amamentado exclusivamente até os seis meses, enquanto o outro recebeu o leite materno enquanto se alimentava de sólidos pastosos a partir dos três meses. O resultado da introdução precoce de certos alimentos foi a redução das chances da criança desenvolver alergia – e a dieta incluía alimentos frequentemente alergênicos, como amendoim, ovos e trigo.

Além do benefício imunológico, o grupo que consumia sólidos também teve um sono melhor, dormindo cerca de dezesseis minutos a mais por noite (quase duas horas a mais por semana) e acordando duas vezes menos durante a noite.

O resultado do estudo gerou controvérsia, principalmente porque a Assembleia Mundial da Saúde, promovida em maio pela OMS (Organização Mundial da Saúde) se baseou em quatro décadas de pesquisas e concluiu que o leite materno deve ser o único alimento de uma criança até seis meses de idade.

O próprio porta-voz da Food Standarts Agency declarou: “Estamos encorajando todas as mulheres a seguir os conselhos atuais para exclusivamente amamentas pelos primeiros seis meses. Se houver alguma dúvida sobre o que é melhor para o seu bebê, por favor, procure orientação do seu médico ou profissional de saúde”. A nova pesquisa serviu para acender um novo debate na comunidade científica. Até lá, o ideal é seguir as recomendações de amamentação e, acima de tudo, ter a saúde e a nutrição do bebê como prioridade.

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