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Por que andamos com os braços esticados e corremos com eles dobrados?

Um estudo investigou se há uma vantagem energética em dobrar os cotovelos na hora de correr. E, pelo jeito, não há.

Por A. J. Oliveira
10 jul 2019, 18h20

Quando você caminha sem pressa, é bem provável que seus braços sigam o ritmo de suas pernas e se mantenham confortavelmente esticados em um compassado vaivém pendular. É só apertar o passo que tudo muda: quando você começa a correr, os cotovelos se dobram e a locomoção passa a ser acompanhada por socos imaginários no ar. É um gesto automático que não envolve muito raciocínio, mas despertou a curiosidade dos cientistas.

Um pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, convidou oito voluntários a vestirem máscaras de oxigênio e subirem em uma esteira. Primeiro eles correram e andaram com os braços esticados, depois repetiram o processo com eles dobrados. Todos eram corredores — os mais ávidos correm maratonas, outros preferem corridas casuais. Sensores foram acoplados aos ombros, cotovelos e pulsos para medir os movimentos.

Ao avaliar a quantidade de oxigênio consumida ao caminhar, os cientistas descobriram que andar com os braços dobrados resultava em um gasto de energia 11% maior que com eles relaxados. A média de consumo de oxigênio subiu de 643ml por minuto para 712ml por minuto. Aqui, a vantagem do hábito mais comum, andar com os braços esticados, fica clara. Os autores do estudo suspeitavam que a mesma lógica valeria para a corrida.

O corpo humano é ótimo em economizar energia, muitas vezes até faz uso de mecanismos que não percebemos. Tendemos a optar por escolhas mais vantajosas do ponto de vista energético — mesmo que inconscientes. Por isso, foi uma grande surpresa quando os pesquisadores constataram que não havia grandes diferenças entre correr com os braços dobrados e com eles esticados. Todo mundo faz, mas não há vantagem aparente.

“A coisa mais surpreendente foi que descobrimos custos iguais para correr com o braço esticado ou dobrado”, afirma Andrew Yegian, líder do estudo, ao jornal The Guardian. Os resultados foram publicados no periódico Journal of Experimental Biology. Yegian e sua equipe admitem que não sabem por que os corredores costumam dobrar os braços na hora de correr, mas estão convictos de que deve haver uma razão, algum tipo de benefício.

Pesquisas anteriores sugeriram que a prática ajuda no equilíbrio do corpo ou da cabeça, só que novos estudos terão de ser feito antes de tirar qualquer conclusão. Yegian disse que pretende continuar investigando a questão. Por enquanto, o estudo do pessoal de Harvard levantou mais dúvidas do que respostas — o que é algo positivo para a ciência. Agora, a pergunta que não quer calar é: qual é a vantagem de correr com os braços dobrados?

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