Há dez anos, os ambientalistas tentam resolver um grande mistério: por que rãs do mundo todo estão desaparecendo? Até agora existiam dois suspeitos: a poluição e o buraco na camada de ozônio (veja ao lado). Uma equipe internacional de pesquisadores liderados pelo biólogo Tim Halliday, da Universidade Aberta, na Inglaterra, investigam outro possível vilão. É um fungo recém-descoberto, ainda sem nome. Louco por queratina, uma proteína da pele dos vertebrados, o fungo atrapalha a absorção de água e a respiração (lembre-se de que as rãs respiram pela pele). Pior, desconfia-se que quem está contaminando brejos e córregos seja exatamente os que tentam protegê-los. Estudiosos que visitam florestas, parques e reservas podem estar carregando para lá, nas roupas, os esporos – células reprodutivas dos fungos. Para Halliday, seja qual for o motivo do sumiço, os anfíbios estão dando um alerta à humanidade. “Isso mostra que o mundo está chegando ao limite de sua capacidade para abrigar todos os seres que aqui habitam”, afirmou ele à SUPER.
O que ameaça as rãs do mundo?
Há três suspeitas, todas ligadas ao homem
Sujeira na água
Substâncias poluidoras despejadas em rios e lagos chegam a parques e reservas naturais e envenenam os anfíbios.
Parasita asfixiante
Uma espécie nova de fungo está sendo levada aos córregos pelo homem. O fungo penetra na pele da rã e sufoca o anfíbio, que respira pela pele.
Overdose solar
O buraco na camada de ozônio, criado por gases industriais, deixa passar mais raios ultravioleta. Os raios atingem os ovos das rãs e matam os girinos.