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Se os parasitas dependem de nós, por que nos matam?

Não seria bom se os micróbios pensassem em poupar a sua fonte de alimento?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 Maio 2008, 22h00

Texto Giovana Girardi

Diarréia

Fosse o mundo um local justo, em que todos os habitantes contassem ao menos com sistemas de saneamento básico e acesso à água potável, esse método de propagação não teria o menor sucesso, e doenças como cólera e outras diarréias estariam erradicadas. Mas, como cerca de 2,5 bilhões de pessoas não dispõem nem ao menos de coleta de esgoto, as bactérias fazem a festa. No caso da cólera, a bactéria invade o intestino delgado de suas vítimas, reproduzindo-se rapidamente. Na seqüência, ela produz uma toxina que provoca uma diarréia aquosa, carregando para fora do corpo um novo batalhão de bactérias. O parasita atinge assim o suprimento de água da população, infectando quem ingere a água contaminada ou alimentos que tenham tido contato com o líquido cheio de micróbios.

Espirro

Quem passa muito tempo em ambiente fechado, na escola ou no escritório, já sabe. Se um colega começa a espirrar e a tossir pela manhã, ao final do dia já serão uns 3, 4 doentes, e ao longo da semana boa parte da equipe estará infectada. Esse é o principal meio de propagação de vírus que provocam gripes e resfriados, e também das bactérias que provocam pneumonia e do bacilo da tuberculose. O espirro atinge a velocidade de 150 km/h, arremessando para fora do corpo o agente causador da doença. Por sua capacidade de contágio, estima-se que o influenza, vírus da gripe potencialmente letal, é capaz de rodar o mundo inteiro em uns 4 dias a bordo de aviões. Já o espirro de uma pessoa com tuberculose ativa é capaz de produzir mais de 1 milhão de núcleos infecciosos.

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Controle mental

Alguns parasitas atuam sobre a mente do hospedeiro, fazendo com que ele se comporte de um modo que lhes seja proveitoso. O caso mais típico é do rato que, de repente, perde o medo de gato e acaba comido. O responsável por essa insanidade é o microrganismo da toxoplasmose, o Toxoplasma gondii, que depende do intestino dos felinos para se reproduzir de forma sexuada. Para atingir esse objetivo, ele bloqueia a aversão natural dos ratos e camundongos ao cheiro da urina de gatos. Os roedores passam até a se sentir atraídos pelo odor, aumentando seu risco de acabar no estômago dos gatos. Os ratos são somente hospedeiros intermediários do T. gondii, que se aloja em forma de cisto no sistema nervoso central. A infecção atinge uma área do cérebro conhecida como amígdala, que responde justamente pelo controle comportamental.

Feridas

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São uma das estratégias de transmissão dos vírus que causam sífilis e aids. Apesar de o método mais comum de propagação dessas doenças ser pelo sexo, feridas na pele facilitam o contato de outras pessoas com o sangue do paciente infectado, provocando a transmissão. O método, no entanto, não é dos mais eficazes, já que a eventual nova vítima também tem de apresentar alguma ferida para poder ser contaminada – sangue tem de estar em contato com sangue. Como depende da célula hospedeira para sobreviver, o HIV tende a estabelecer infecções mais brandas, de modo a dar tempo a que o hospedeiro possa contaminar o maior número possível de pessoas antes de morrer. Sendo assim, é interessante para o vírus estabelecer diferentes formas de transmissão.

Larvas de vespa que infectam certas lagartas vão comendo o hospedeiro com muito cuidado, poupando seus órgãos vitais e pegando apenas a carne delas.

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