Texto Tarso Araújo
Os índios maoris, da Nova Zelândia, mantêm uma tradição milenar de pintar o corpo de maneira que a tinta nunca saia. Para isso, enfiam a tinta debaixo da pele, usando como pincel uma madeira cheia de agulhas que é martelada contra o corpo. O procedimento provoca uma dor imensa e um barulho de martelada (“Tá, tá, tau…”), e por isso foi chamado de tataw. No século 18, quando o capitão James Cook passou por lá, levou a técnica para os ingleses, que acabaram adaptando o nome para tattoo.
Cheio de curiosidades como essa, o livro Tatuagem, Piercing e Outras Mensagens do Corpo explica o significado dos adornos desde o primeiro corpo tatuado que se conhece – uma múmia de 5 200 anos encontrada no gelo de Ötzi, nos Alpes, com cerca de 50 tattoos. O homem de Ötzi deve ter usado agulhas como as dos maoris ou penas e espinhas de peixe, preferidas por índios do Brasil. Em 1891, quando surgiu a maquininha elétrica, a tatuagem deixou de exigir tanto sacrifício. Sem tanta dor, não demorou para conquistar marinheiros, circos e virar símbolo de rebeldia nos dias de hoje.
Tatuagem, piercing e outras mensagens do corpo
Leusa Araujo Cosac & Naify 88 págs., R$ 49