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Terra está na “linha de tiro” de 16 estrelas

A principal é Gliese 170, que em 1 milhão de anos passará a só 0,2 anos-luz do Sol – o suficiente para sua gravidade lançar um asteroide contra a Terra

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 set 2017, 16h47 - Publicado em 1 set 2017, 16h40

Do ponto de vista estritamente científico, a posição de Saturno em relação à Terra no momento em que você nasceu não é capaz de afetar sua personalidade. Mil desculpas, astrologia.

Mas, se serve de consolo, há outro astro – esse bem distante do Sistema Solar – que tem muito potencial para influenciar a vida de nós, terráqueos, em um futuro bem distante. Não por meio de alterações sutis na suas qualidades e defeitos, que fique claro, mas pelo fato de que ele talvez arremesse um asteroide em direção à Terra.

Estamos falando da estrela Gliese 710, que passará a 0,25 anos-luz de nós daqui 1,35 milhões de anos. Calma, isso pode até ser perto do ponto de vista cósmico, mas ainda é bem longe na escala humana. Gliese definitivamente não se chocará conosco.

O problema é outro. Uma hipótese bem aceita por astrônomos é a de que o Sistema Solar seja rodeado por uma enorme e dispersa nuvem de pequenos pedregulhos gelados: a nuvem de Oort. Caso essa nuvem realmente exista, ela estará justamente no caminho de Gliese 170 conforme ela se aproximar.

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Uma estrela como essa, com 60% da massa do Sol, exerce grande atração gravitacional. Mais do que o suficiente para alterar a rota dos asteroides da hipotética nuvem de Oort, lançando-os contra a parte mais interna do Sistema Solar (e aumentando muito, por tabela, as chances de que a Terra seja atingida).

Gliese 170 é a que passará mais perto, mas não é a única. Até a ainda distante data de sua chegada, 16 estrelas passarão a no mínimo 2 parsecs (6 anos-luz) da Terra. Essa distância, apesar de um pouco mais segura, já é suficiente para alterar a trajetória dos objetos da nuvem de Oort – o risco diminui, mas não passa.

Sabemos isso graças a Coryn Bailer-Jones, pesquisador do Instituto Max Plank em Heidelberg, na Alemanha. Em um artigo publicado na última quinta (31), ele usa informações coletadas pelo telescópio espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), para fazer os cálculos mais precisos disponíveis sobre a futura aproximação de outros astros.

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A preocupação não é exagero. É claro que um “encontro” com outra estrela não é garantia de que seremos atingidos. Só um fenômeno que, em seu auge, aumenta (muito) esse risco. Como a nuvem de Oort provavelmente se estende por até 200 mil vezes a distância entre a Terra e Sol, seus asteroides estão ligados ao Sistema Solar por um frio de gravidade muito tênue, o que os torna facilmente influenciáveis por outro astro de grande porte. Segundo Bailer-Jones, com cálculos precisos o suficiente, seria possível calcular qual era a posição das estrelas mais próximas de nós há 60 milhões de anos, quando os dinossauros foram extintos – e, quem sabe, descobrir que uma delas arremessou o bólido que atingiu a península de Yucatán naquela época. 

A antecipação é chave para conseguirmos nos defender de impactos como esses. “Hoje não há, aparentemente, nada em órbita que possa atingir a Terra. Essa é a notícia boa”, explicou à SUPER Lindley Johnson, oficial de defesa planetária da NASA, em julho. “A ruim é que nós só enxergamos 30% dos asteroides. Há muita coisa lá fora, mas, felizmente, o espaço é um lugar muito grande também.”

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