Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Veja um robô feito com origami de DNA mexer o braço

Ele tem metade da largura de um fio de cabelo – e pode ser usado, no futuro, para criar uma linha de produção de moléculas para a indústria farmacêutica

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 jan 2018, 15h20 - Publicado em 22 jan 2018, 15h20

O DNA tem uma função nobre: guardar o manual de instruções usado para construir eu, você, elefantes, bactérias e todo o resto da vida na Terra. Mas isso, é claro, não impede ninguém de usá-lo para brincar de LEGO no laboratório. Depois de usar material genético para fabricar um disco rígido – em 2016, a Microsoft salvou 202 Mb de informação em uma única molécula –, cientistas deram o próximo passo e criaram os primeiros robôs de bases nitrogenadas (com direito até a controle remoto).

O bichinho, que você vê no vídeo abaixo, pode não ser o ápice da inteligência artificial, mas é interessante por outros motivos. O braço (a estrutura representada pela cor roxa) tem 25 nanômetros de comprimento –  quatro vezes mais curto que a largura de um fio de cabelo. Ele é feito por duas cadeias de DNA paralelas, “montadas” de forma a ficarem tão rígidas quanto possível, e é atrelado à base por um pedacinho de DNA menor e mais flexível, que serve de eixo. A base em si é maior que muito apartamento em São Paulo: 3025 nanômetros quadrados de DNA – caberiam alguns milhares delas na unha do seu dedinho da mão.  

Para fazer o braço girar, os pesquisadores da Universidade Técnica de Munique usam campos elétricos. Por incrível que pareça, as moléculas que compõe o código genético têm carga negativa, e são atraídas ou afastadas de acordo com a polaridade do campo elétrica a que são expostas (grosso modo, o mesmo motivo pelo qual alguns ímãs se atraem e outros se repelem). O movimento ocorre em milésimos de segundo, um milhão de vezes mais rápido que as tecnologias de movimentação de DNA disponíveis até então. O alcance do braço é limitado por “travas” – as moléculas de DNA amarelinhas que você no vídeo. 

Continua após a publicidade

O experimento foi relatado na Science. A “filmagem” nessa escala só é possível, é claro, usando um tipo especial de microscópio. Esse método de dobragem cuidadosa de DNA já foi comparado a origami, e usado, entre outras coisas, para pintar uma Mona Lisa e ursinhos de pelúcia 3D em escala molecular.

Brincadeiras a parte, a melhor aplicação prática para os nanorrobôs está justamente na linha de montagem – só que de remédios, e não carros. Os pesquisadores afirmam que, num futuro próximo, será possível utilizá-los para construir os princípios ativos de medicamentos em indústrias farmacêuticas microscópicas, molécula por molécula. Já dá até para imaginar a cena: “João, cuidado para não deixar a fábrica cair.” “Não se preocupe, ela está no meu bolso.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.