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Viagens no tempo existem e acontecem o tempo todo

Mas com passagem só de ida

Por Fábio Marton
Atualizado em 8 mar 2024, 11h12 - Publicado em 22 out 2015, 14h00

Talvez você não faça ideia, mas deve ter perto de você um dispositivo adaptado para viagens no tempo. É o seu celular – e também o GPS do carro (a não ser que seja um DeLorean modelo 1982 com capacitor de fluxo).

Viagem no tempo acontece toda hora – você está viajando no tempo neste exato instante. Mas isso tem uma restrição chatinha: só viajamos numa direção, para o futuro.

Einstein explica

Acontece por causa da Relatividade. Como Einstein descreveu em 1905, o tempo é relativo. Ele pode ser distorcido pela gravidade e pela velocidade. Quanto mais rápido algo se move, mais devagar o tempo passa em comparação com quem está fora. Até que, na velocidade da luz, o tempo simplesmente para.

Essa distorção, calculada pela Equação de Lorentz, é exponencial. Como no gráfico cortesia do Fourmilab (site que parece ter viajado de 1995 para cá, sem escalas).

Dá para ver que a distorção é quase insignificante até se chegar bem perto da velocidade da luz. Se alguém andasse à metade da velocidade da luz, o tempo passaria 16% mais devagar. A 90% da velocidade, o fator muda para 230% – isto é, cada dia que o astronauta passasse na nave seriam 2 dias e 4 horas na terra. A 99,99999% da velocidade da luz, um dia equivaleria a 6,1 anos. E a 99,9999999999999% (isso, são treze noves depois da vírgula), 61 mil anos.

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Você, viajante no tempo

O que isso tem a ver com viagem no tempo? Se o tempo passa mais devagar para alguém, quer dizer que, se alguém começar uma viagem próxima à velocidade da luz hoje, irá parar no futuro – ainda que nunca tenha desaparecido no meio do caminho. E, de fato, isso já aconteceu com pessoas. Sergei Krikalev passou 803 dias, 9 horas e 39 minutos na Estação Espacial Internacional. A velocidade da estação fez com que ele avançasse… 0,02 segundo no futuro.

Pode ser irrelevante para uma pessoa, mas não é para um aparelho de GPS. Eles se baseiam em cálculos extremamente precisos, medindo a distância entre satélites e receptores através da diferença minúscula entre a hora da transmissão e da recepção. O problema é que, como os satélites de GPS se movem mais rápido que o receptor na terra, eles viajam para o futuro em relação à Terra, como o cosmonauta russo. Então essa distorção precisa ser corrigida – e é exatamente isso que o sistema é programado para fazer.

De fato, você está viajando no tempo agora, apenas menos que os astronautas ou os satélites de GPS. Tudo está em movimento, afinal: você na Terra, a Terra em torno do Sol, o Sol pela Via Láctea, a Via Láctea pelo Universo. Em relação a alguém que estivesse parado no espaço, o tempo estaria passando mais devagar para você.

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Como nos filmes

OK, isso é bacana, mas ainda não parece nada com os filmes. Se você fosse viajar para 6 mil anos no futuro iria parecer, do lado de fora, que você ficou quase congelado por esse tempo todo.

O que os filmes mostram não é a viagem no tempo que conhecemos bem, mas teletransporte no tempo. Será possível, no mundo real, ir e voltar quando quiser, ao invés de simplesmente ficar parado pela eternidade em velocidade relativística? Talvez. A resposta, como todo Trekker deve ter na ponta da língua, são os wormholes. A SUPER já bateu essa várias vezes, a última em 2009.

Wormholes ligam dois pedaços do espaço-tempo, permitindo o que parece ser, do ponto de vista de nossas dimensões, teletransporte (mas não é, é transporte através de outra dimensão). O plano então seria pegar uma das pontas de um wormhole e colocá-la para viajar em velocidade próxima à da luz, fazendo com que vá para o futuro. A outra ponta continuaria no presente, permitindo que alguém entrasse por ela e fosse parar na outra, e vice-versa. Viajando, assim, no tempo.

Mas não pense que dá para ficar rico anotando o resultado do Brasileirão de 2009 e voltando pra trás para passar para você mesmo (muito original, aliás). Nem sabemos se wormholes existem – a tese é que seriam tão pequenos que nem dá para fazer um átomo passar, só partículas.

Mas essa tese tem uma vantagem. Uma boa razão para acreditar que viagens no tempo nunca serão possíveis é que… bem, já teríamos topado com um viajante se fosse assim (ou topamos?). Como o método do wormhole, a viagem no tempo só seria possível a partir do momento em que se criasse a geringonça. Ninguém conseguiria andar para antes disso. Como as pessoas lidariam com levar cantada da própria mãe é outra história.

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