Como evitar políticos tão medíocres quanto seus eleitores
Quem esteve na rua ontem não tinha representante. Aécio teve um ano para capitalizar a frustração generalizada com o desgoverno. Não produziu nada além de declarações vazias. E agora, manchado pela Lava Jato, já consegue ser vaiado na Paulista, por gente que votou nele. Michel Temer passaria pelo mesmo constrangimento se aparecesse em público hoje, […]
Quem esteve na rua ontem não tinha representante. Aécio teve um ano para capitalizar a frustração generalizada com o desgoverno. Não produziu nada além de declarações vazias. E agora, manchado pela Lava Jato, já consegue ser vaiado na Paulista, por gente que votou nele.
Michel Temer passaria pelo mesmo constrangimento se aparecesse em público hoje, com a diferença de que nunca nem teve eleitores, pelo menos não fora de seus currais. Temer exala a própria mesquinharia política contra a qual os protestantes se levantam. Empossado como Presidente, tende a se tornar ainda mais impopular do que já é – como se isso fosse possível.
A única figura que emerge imaculada desse caldo todo é a do Sérgio Moro – mas ele não é uma alternativa para 2018, pois caso decida ser, perde a própria aura de herói que ganhou.
Ferrou tudo, então? Não. Se houvesse uma liderança política forte que encarnasse o ódio da rua, sairíamos dessa com um Trump da vida nas costas – um psicopata fantasiado de herói anti-establishment. Um Collor.
É bom, então, que não haja salvadores da pátria nessa história. Aproveitemos esse cenário para entender de uma vez que Papai Noel não existe. Que quem tem o dever de agir para tirar o país do buraco somos nós. E não só vaiando malandro, mas trabalhando melhor, estudando mais, se aprimorando, empreendendo, arriscando, criando coisas novas. Porque enquanto a grande esperança do brasileiro médio for passar em concurso público, e do brasileiro rico, morar em Miami, vamos continuar governados por políticos tão medíocres quanto seus eleitores.