FGTS não é direito. FGTS é imposto – e parte dele se transforma em Loubutins de R$ 10 mil
Uma parte do seu FGTS paga os sapatos Louboutin de R$ 10 mil da dona Claudia Cunha, mulher do Eduardo, numa operação que transfere compulsoriamente um naco da renda de quem trabalha 8 horas por dia com uma hora de almoço diretamente para os bolsos de Christian Loubutin, o estilista multimilionário que assina o design […]
Uma parte do seu FGTS paga os sapatos Louboutin de R$ 10 mil da dona Claudia Cunha, mulher do Eduardo, numa operação que transfere compulsoriamente um naco da renda de quem trabalha 8 horas por dia com uma hora de almoço diretamente para os bolsos de Christian Loubutin, o estilista multimilionário que assina o design dos calçados franceses de couro de cobra.
Funciona assim: o dinheiro do seu fundo de garantia alimenta um banco estatal, o Fundo de Investimentos do FGTS. Esse banco transfere o nosso dinheiro para empresas amigas do poder – seja concedendo empréstimos a juros baixíssimos, seja dando algumas centenas de milhões de reais aos donos das empresas em troca de uma participação societária.
Ou seja: o FI-FGTS é uma mãe. E quem até há pouco tempo decidia quem seriam os filhos dessa mãe era outra cobra, menos bem apessoada que as do sr. Loubutin: Eduardo Cunha. Aparentemente, com um único critério: levava a grana quem lhe pagasse mais.
Quem diz é o ex-vice presidente da Caixa, Fábio Cleto. Numa delação premiada em junho ele soltou que Cunha recebeu suborno em pelo menos 12 operações dessas. Numa delas, o FI-FGTS usou o nosso dinheiro para ficar sócio de uma transportadora de contêneres filiada à América Latina Logística (ALL). A doação em troca de participação foi de R$ 400 milhões. Como agradecimento, a ALL deu R$ 2 milhões para Cunha – mais um pixuleco de R$ 80 mil para o próprio Fábio Cleto, agora convertido em delator.
Outra dessas operações maternais envolveu um empréstimo para a Eldorado Brasil, empresa do mesmo grupo que controla a Friboi. Foram R$ 940 milhões para a Eldorado, que repassou de bom grado 1% para Cunha. Mais um milhãozinho de reais para o trust suíço do doutor Eduardo. Note que alguns centavos desse milhão eram seus, leitor, já que saíram do seu Fundo de Garantia.
“Ah, mas o meu dinheiro está protegido”, diria o leitor mais otimista. Não. Não está. O FGTS te rouba por lei, ao pagar só 3% ao ano de juros equanto o preço do dinheiro no Brasil gira em torno de 14% ao ano. É nessa diferença de juros que você acaba pagando as aulas de tênis da dona Claudia em Miami e mais centenas de pares de Loubutins para as famílias dos empresários beneficiados.
Se continuarmos nessa toada, que não vai terminar nem com a eventual prisão de Cunha, a melhor forma de você ver o dinheiro do seu FGTS será sair do país e virar limpador de piscina na mansão do Sr. Christian Loubutin.
Porque FGTS não é direito. FGTS é imposto. Um imposto que transfere renda da base da pirâmide para o topo – precisamente o contrário do que um imposto deveria fazer.